Apesar da condenação, capitão Eduardo Alex vai responder em liberdade e defesa já recorreu da sentença
O Conselho de Sentença condenou nesta terça-feira (3) o capitão da Polícia Militar Eduardo Alex dos Santos a 15 anos de prisão, perda de farda da PM e a pagar R$ 50 mil a título de indenização à família do jovem Johnny Wilter Pino, assassinado durante uma blitz no Santos Dumont, parte alta de Maceió, em 2008. Apesar da condenação, Eduardo Alex dos Santos vai responder em liberdade e a defesa do capitão já recorreu da decisão, pedindo diminuição da pena.
Em contato com o TNH1, o irmão de Johnny Wilter, Johnatan Pino, comemorou a condenação e disse que além da sentença proferida na tarde desta terça-feira o resultado do julgamento é um ponto positivo para a sociedade alagoana e para a própria PM.
“Isso não vai nos dar o nosso irmão de volta. Comemoramos o resultado, mas, acima de tudo, ficamos felizes porque a decisão de tirar a farda do acusado faz com que a sociedade deixe de conviver com um policial que, no lugar de salvar de proteger o cidadão, mata as pessoas sem nenhuma razão e alega que os tiros que tiraram a vida do Johnny foram uma fatalidade. Por tudo isso, estamos aliviados”, declarou Jhonatan Pino.
Relembre o caso
O homicídio ocorreu no dia 25 de maio de 2008, quando Johnny Wilter seguia de motocicleta pela BR 104 e foi ferido por dois tiros. Os disparos teriam sido deflagrados pelo capitão Eduardo Alex da Silva, que prestou socorro ao estudante.
Segundo apurou o delegado Valdor Coimbra Lou, a vítima teria sido ferida quando passava por uma barreira policial, no bairro Tabuleiro do Martins. Por não estar habilitado, o condutor da motocicleta, identificado como Marcos Brandão, acabou furando a blitz, e Johnny Wilter recebeu dois tiros.
Em depoimento, o capitão da PM, que foi acusado de atirar contra o estudante, afirmou que os tiros foram deflagrados para revidar os disparos de Johnny Wilter Pino. No entanto, segundo o delegado Valdor Coimbra Lou, o exame residuográfico mostrou que Johnny Pino e Marcos Brandão não usaram armas de fogo.
Já o exame de balística, realizado pela Perícia Oficial de Alagoas, comprovou que o estudante de Geografia foi morto por tiros disparados de submetralhadora de nove milímetros. A arma, ainda de acordo com Valdor Coimbra Lou, seria do capitão Eduardo Alex da Silva, que foi indiciado no dia 1º de agosto de 2008.
De acordo com a mãe do estudante de Geografia, Maria Cicera da Silva Pino, afirma que parte dela foi sepultada com o filho. Mesmo com a certeza que punir o provável culpado não trará o filho de volta, ela acredita que a condenação do acusado servirá de exemplo para que outros policiais ajam com cautela, antes de empunhar uma arma de fogo para atirar.
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