terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Pedro Eugênio acusa a Amupe de politizar o debate

"Puxados" pela associação municipalista, maioria dos prefeitos saiu com críticas ao Planalto

Material confeccionado pela Amupe, e com críticas ao governo federal, foi distribuído no evento / Clemilson Campos/JC Imagem

Material confeccionado pela Amupe, e com críticas ao governo federal, foi distribuído no evento

Clemilson Campos/JC Imagem

Em meio à polarização entre representantes da gestão Dilma Rousseff e do governador-presidenciável Eduardo Campos, que marcou a reunião com prefeitos e representantes de 18 ministérios em Gravatá, o deputado federal Pedro Eugênio (PT) acusou a Amupe, dirigida pelo prefeito José Patriota (PSB), de assumir “posição política” no debate em torno da Federação.
“Eu acho que a Amupe vem tendo de uns tempos para cá atitudes que, ao invés de passarem por um debate tranquilo sobre a questão da Federação, tomam muitas vezes uma posição política”, avaliou, em entrevistas na chegada ao evento. A declaração foi dada pelo parlamentar ao ser questionado sobre um panfleto distribuído no encontro pela associação municipalista, que afirmava: “Sem recursos, os municípios irão parar”. Pedro Eugênio embasou sua crítica usando como exemplo a seca. Para ele, a Amupe “durante muito tempo falava como se não existisse” atenção e investimento do governo federal no enfrentamento à estiagem.
O material publicitário convocava prefeitos para uma reunião que discutirá a participação das cidades na Federação, no próximo dia 10, no Senado. Os mesmos dizeres do papel foram estampados em uma faixa colocada na entrada do auditório onde ocorreu o encontro.
José Patriota rebateu a provocação, acusando o petista de só olhar um lado da situação, no caso, o do governo Dilma. “Isso (a declaração), me desculpe, é um equívoco. É miopia dele. A Amupe não faz distinção partidária. Quando a ação é positiva reconhecemos, como foi o caso do programa Mais Médicos, mas não posso dizer que está tudo bem. Isso não pode ser partidarismo. Agora, ele só vê um lado. Ele quer partidarizar e antecipar a campanha”.
O mal-estar entre eles voltou a ser revelado ao longo dos discursos. Escalado para falar após Patriota, Pedro Eugênio rebateu diretamente, em diversos momentos, as críticas feitas pelo socialista.
PREFEITOS
A maioria dos prefeitos – “puxados” pelo presidente da Amupe, José Patriota – deixou o auditório do Hotel Canarius com o sentimento de frustração. Tendo como referência a estratégia adotada pelo governador Eduardo Campos em fevereiro em atender o principal pleito dos prefeitos, justamente o repasse de verbas sem burocracia, a expectativa por um mimo em moldes semelhantes cresceu entre os presentes. Ao final da manhã, após o discurso da ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti (leia na página 4), a sensação foi de “mais do mesmo”.
“Ela (Ideli) não contestou o que dissemos, não rebateu. É real que estamos com dificuldades e tudo que foi dito nós já sabemos”, desabafou Patriota.
De acordo com a organização, 136 dos prefeitos compareceram ao evento. Ao todo, foram repassados 25 caminhões-pipa e 770 máquinas como retroescavadeiras e motoniveladoras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) a 130 municípios de Pernambuco. Segundo Idelli, um investimento da ordem de R$ 200 milhões.
Para o prefeito de Taquaritinga do Norte, José Evilásio (PSB), o que foi repassado “é muito pouco”. “Os prefeitos estão no limite. As colocações de Patriota foram muito felizes”, reforçou. Do mesmo partido, o prefeito de Pesqueira, Evandro Chacon, confessou que esperava uma oportunidade para maior discussão. “Esperava uma sensibilidade maior do governo federal. O que ouvi já sabia, o que houve foi apenas uma repetição, como se nós fóssemos meninos para ouvir de novo”, desabafou.

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