É triste e muito delicada a situação de aproximadamente 20 cães. Os animais nasceram e cresceram num grande terreno abandonado no bairro do Arruda, na Zona Norte do Recife. Moradores da localidade eram quem os alimentavam, colocando ração e água pelas brechas dos muros. De uns meses pra cá, a Prefeitura do Recife comprou o terreno e começou a levantar um conjunto habitacional. Com as obras quase prontas, os populares ficaram proibidos de entrar na área para continuar dando comida aos bichos.
O resultado disso é que, segundo denúncias exclusivas à Folha de Pernambuco, os cães estão morrendo, já que supostamente não estão podendo receber o auxílio que por anos era vindo dos moradores do bairro. A estudante Adriele Lindemberg é uma das pessoas que sempre ajudou os animais. “Faz uns dias que os seguranças não deixam mais a gente entrar. A gente colocava a comida logo na entrada e saía. Estamos bastante preocupados com a situação deles”, expôs.
O caso foi registrado por duas vezes na Delegacia de Polícia de Meio Ambiente (Depoma). Inclusive, na próxima segunda-feira, os responsáveis pela obra terão que prestar depoimentos. O engenheiro responsável pela construção preferiu o anonimato, mas se defendeu informando que sua intenção não seria promover os maus-tratos aos cães. “Eu não posso deixar ninguém entrar aqui por questões de segurança”, disse. Ainda segundo ele, a Prefeitura do Recife foi procurada por ele para que fosse feito o recolhimento dos cães. “Tentaram pegar e dar vacinas neles, mas não conseguiram. Os cachorros fugiram. Disseram também que não havia local para abrigar eles”, relatou.
Também procurada pela Folha, a Gerência de Vigilância Ambiental do Recife informou que só teria obrigação de recolher os animais casos estivessem gerando problemas contra a saúde pública. Em nota, orientou, ainda, que o caso fosse levado para a Secretaria Executiva dos Direitos dos Animais (Seda).
A Seda afirma não ter como ajudar imediatamente, alegando que não tem veículos nem espaço para abrigar os cachorros. O secretário Rodrigo Vidal disse que “as pessoas devem recolher os animais, guardá-los e ligar para o telefone (81) 3355.8371 e cadastrá-los para o próximo evento de adoção, que será realizado na Jaqueira”.
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