“Do lado do latifúndio, houve uma avalanche de capital que foi para agricultura atraído pelos preços das commodities, que dão elevados lucros e aumentaram o preço das terras. E com isso bloqueia a reforma agrária. Do lado dos trabalhadores os salários aumentaram nas cidades, e isso reforçou o êxodo rural. Há um bloqueio também no Judiciário e no Congresso”, avaliou o economista João Pedro Stédile, um dos líderes do movimento.
O vereador do Recife, Raul Jungmann (PPS), diz que foi com a chegada do PT ao poder que o movimento começou a definhar. “O grande fator de coesão do movimento e das forças que o apoiavam era a cruzada contra o grande inimigo, o chamado neoliberalismo de Fernando Henrique. Ele era o grande Satã, até mesmo dentro da visão religiosa dos padres da Teologia de Libertação que apoiavam o MST. Sem ele, houve uma grande crise. Em segundo lugar aparecem as bolsas, como as do Programa Bolsa Família, que foram se universalizando e esvaziando os estoques onde MST arregimentava pessoas. Outro fator foi a cooptação de militantes pelo governo “, observou.
Em dezembro, a presidente Dilma Rousseff determinou que os recursos repassados pelo governo às famílias assentadas sejam entregues diretamente às famílias e não a cooperativas. Esta medida enfraqueceu a mobilização das cooperativas e do próprio MST, já que o Movimento controla muitas delas.
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