terça-feira, 21 de janeiro de 2014

MST completa 30 anos com poucos motivos para comemorar


MST - foto Marcelo Camargo-ABrO Movimento dos Sem Terra (MST) completa ontem 30 anos de criação, sem muitos motivos para comemorar, já que seu poder mobilização vem cada vez mais perdendo força.
“Do lado do latifúndio, houve uma avalanche de capital que foi para agricultura atraído pelos preços das commodities, que dão elevados lucros e aumentaram o preço das terras. E com isso bloqueia a reforma agrária. Do lado dos trabalhadores os salários aumentaram nas cidades, e isso reforçou o êxodo rural. Há um bloqueio também no Judiciário e no Congresso”, avaliou o economista João Pedro Stédile, um dos líderes do movimento.
O vereador do Recife, Raul Jungmann (PPS), diz que foi com a chegada do PT ao poder que o movimento começou a definhar. “O grande fator de coesão do movimento e das forças que o apoiavam era a cruzada contra o grande inimigo, o chamado neoliberalismo de Fernando Henrique. Ele era o grande Satã, até mesmo dentro da visão religiosa dos padres da Teologia de Libertação que apoiavam o MST. Sem ele, houve uma grande crise. Em segundo lugar aparecem as bolsas, como as do Programa Bolsa Família, que foram se universalizando e esvaziando os estoques onde MST arregimentava pessoas. Outro fator foi a cooptação de militantes pelo governo “, observou.
Em dezembro, a presidente Dilma Rousseff determinou que os recursos repassados pelo governo às famílias assentadas sejam entregues diretamente às famílias e não a cooperativas. Esta medida enfraqueceu a mobilização das cooperativas e do próprio MST, já que o Movimento controla muitas delas.

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