domingo, 19 de janeiro de 2014

Vaticano recebe anualmente 600 denúncias contra padres que abusam de menores



O Vaticano admitiu a existência de clérigos e funcionários da Igreja Católica que abusaram sexualmente de menores. A sessão de ontem foi considerada histórica porque foi a primeira vez que uma delegação do Vaticano deu explicações sobre os abusos aos especialistas do Comitê para os Direitos da Infância da ONU.
Muitas dúvidas, no entanto, ainda seguem no ar, segundo as organizações que reúnem as vítimas: Quantos menores foram abusados pelos religiosos? O que aconteceu com os 4.000 casos que a própria igreja vem investigando? E, o mais importante: Os casos serão levados à polícia e os criminosos serão responsabilizados penalmente?
A sessão de ontem se concentrou justamente nas punições contra os religiosos responsáveis por ocultar os casos, além de medidas para proteger de maneira eficaz as crianças sob custódia ou influência de religiosos.
Vários membros do comitê — composto por 18 especialistas em direitos humanos — pediram números concretos sobre os casos que o Vaticano teve conhecimento, assim como o número de sacerdotes julgados por abusar de menores ou por ocultar tal delito.
Em mais de cinco horas de reunião, a única referência a números foi feita pelo monsenhor Silvano Tomasi, embaixador do Vaticano na ONU em Genebra, sede do comitê que defende os direitos da infância.
Tomasi informou que, em 2012, o Vaticano documentou 612 casos de abuso sexual que envolviam funcionários do clero. Desse total, “465 eram mais sérios” e “418 foram abusos de menores”.
O Vaticano afirma que continua recebendo cerca de 600 denúncias contra sacerdotes todos os anos, muitas delas sobre incidentes cometidos nas décadas de 1960, 1970 e 1980.
No entanto, organizações civis que representam as vítimas afirmam que, só nos Estados Unidos, foram registrados mais de 100 mil casos desde a década de 1960. Isso sem contar que, em países como a Irlanda, “este tipo de violência era sistemática”, comentou a jurista Pam Spees, do Centro sobre Direitos Constitucionais dos Estados Unidos.
Segundo as pesquisas e dados coletados por esta entidade, “é possível que se trate de centenas de milhares de vítimas”.
Fonte: R7

Nenhum comentário: