segunda-feira, 6 de julho de 2015

O estilo do governador Paulo Câmara


     após os primeiros seis meses, a discussão sobre a suposta disputa por protagonismo entre Geraldo e Paulo saiu do noticiário, embora continue no radar do meio político. Foto: Guga Matos/ JC Imagem

 

Ao completar seus primeiros seis meses no comando do Estado, semana passada, Paulo Câmara (PSB) não fez um balanço do período, como era tradicional. Optou por uma imersão no ciclo de monitoramento, o método de gestão implantado pelo ex-governador Eduardo Campos. O ciclo ocorre a cada dois meses, com reuniões em que se avaliam obras, programas e metas. Este ciclo é o primeiro de Paulo. A espera pelo monitoramento trouxe dúvidas parecidas com aquelas antes de Paulo assumir o Estado, seis meses atrás. “Qual será o estillo dele?” “Vai ter murro na mesa?” Sem contar as intermináveis comparações com Eduardo.

São histórias e estilos diferentes. Não dá para comparar.

Paulo é concursado do Tribunal de Contas do Estado, ex-secretário de Administração, Turismo e Fazenda. Ele levou para o atual posto o seu jeito, o de alguém que até pouco tempo, um ano atrás, não fazia política. Hoje está na principal cadeira do governo de Pernambuco, dirigindo o Estado enquanto ouve e aprende. Chefia secretários que, até o ano passado, eram colegas de mesma hierarquia.

Por sua trajetória, Paulo é discreto na gestão e política. É muito objetivo, faz discursos curtos e vez por outra deixa escapar discretos sinais de impaciência (naqueles eventos mais prolongados), como o pé que bate distraído no chão.

Apesar disso é tido como bom ouvinte, o que deixa seus interlocutores se sentirem confortáveis e valorizados. Isso lhe rende elogios, tanto os sinceros quanto os que só vêm para contrapor seu estilo ao jeito menos sutil do prefeito Geraldo Julio, também do PSB, ex-secretário e do TCE.

Dessa comparação, inclusive, vem um fato interessante: após os primeiros seis meses, a discussão sobre a suposta disputa por protagonismo entre Geraldo e Paulo saiu do noticiário, embora continue no radar do meio político.

Há quem veja a humildade de Paulo como resultado da inexperiência. O sinal de problemas seria a vinda para o Estado do prefeito de São Lourenço da Mata, Ettore Labanca (PSB). Ele vai para a Arpe e para fazer política.

Esta semana o primeiro monitoramento chega ao fim. A última reunião será com o núcleo de governo, segunda ou terça-feira. Nesta rodada de ajustes, ele ouviu e perguntou. Daqui a dois meses virá um novo ciclo, o que vai iniciar as cobranças. E assim até o fim da gestão.

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