terça-feira, 15 de agosto de 2017

Pernambuco consegue manter Hemobras

PERNAMBUCO GANHA QUEDA DE BRAÇO E NOVA FÁBRICA VIRÁ PARA A HEMOBRÁS

por Sérgio Montenegro 

Ministério informou que vai negociar com investidores a construção da fábrica de recombinantes em Pernambuco (Foto: Arquivo)


O ministro da Saúde, Ricardo Barros (PP) recuou na investida de transferir poderes da Hemobras para a nova fábrica de hemoderivados que seria construída em Maringá (PR), sua base eleitoral, e acatou a orientação do presidente Michel Temer (PMDB) para iniciar a construção de uma fábrica de Fator VIII recombinante, no complexo de Goiana, em Pernambuco. Em nota à imprensa, o Ministério da Saúde anunciou a decisão, após reunião nesta terça-feira (15), em Brasília, com os ministros pernambucanos Mendonça Filho (DEM/Educação), Bruno Araújo (PSDB/Cidades), Fernando Coelho Filho (PSB/Minas e Energia) e Raul Jungmann (PPS/Defesa) para tratar do projeto da Hemobrás.

Desde que foi confirmada a intenção do ministro em construir a nova fábrica de recombinantes no Paraná, houve uma mobilização geral das bancadas federais pernambucanas em protesto contra o que, na avaliação dos parlamentares, seria uma tentativa política de esvaziar a Hemobrás, empresa cuja implantação vinha caminhando a passos lentos no Estado. A briga política precisou da interferência do próprio Michel Temer  dos ministros, após muitas cobranças dos deputados e senadores pernambucanos.

Após a reunião com os ministros, Ricardo Barros informou que abrirá negociações com os investidores detentores de tecnologia para a construção da fábrica em Pernambuco. Após a notificação do Ministério da Saúde, a empresa Shire aumentou a proposta de investimento anteriormente apresentada a Hemobrás, de US$ 30 milhões para US$ 300 milhões, para a construção no complexo de Goiana.  A nova fábrica era uma obrigação não cumprida pela Hemobrás, segundo a nota, mas após as negociações iniciadas pela pasta, a Shire apresentou a nova proposta, com novos investimentos privados.

Provocada pela proposta da Octapharma para a construção da fábrica em Maringá, a Shire decidiu investir e manter a Parceria para o Desenvolvimento Produtivo (PDP) com a Hemobrás, informou o Ministério da Saúde. A conclusão de fábrica para fracionamento de plasma humano, ainda inacabada na Hemobrás, e que também requer investimento privado, será objeto de outra negociação, uma vez que não está contemplada na proposta da Shire.

Laia a íntegra da nota do Ministério da Saúde:

Por orientação do presidente da República, Michel Temer, o ministro da Saúde, Ricardo Barros, reuniu-se, nesta terça-feira (15), em Brasília (DF), com os ministros pernambucanos do Governo Federal: Mendonça Filho (Educação), Bruno Araújo (Cidades), Fernando Coelho Filho (Minas e Energia) e Raul Jungmann (Defesa) para tratar do projeto da Hemobrás. Após o encontro, o Ministério da Saúde anunciou que fará negociações com os investidores detentores de tecnologia para iniciar a construção de uma fábrica de Fator VIII recombinante, no complexo de Goiana, em Pernambuco. Após a notificação do Ministério da Saúde, a empresa Shire aumentou a proposta de investimento anteriormente apresentada a Hemobrás, em Pernambuco, de US$ 30 milhões para US$ 300 milhões para construir uma fábrica de Fator VIII recombinante, no complexo de Goiana (PE).

A construção da fábrica era uma obrigação não cumprida pela Hemobrás. Em função das negociações iniciadas pelo Ministério da Saúde, a empresa Shire apresentou nova proposta, com novos investimentos privados. Em razão da crise fiscal do país, a busca do Ministério da Saúde é realizar investimentos sem novos recursos públicos para esta finalidade, arcando somente com a compra centralizada de hemoderivados. Provocada pela proposta da Octapharma para a construção de fábrica no Brasil, a empresa Shire se manifestou interessada em realizar investimentos e manter a Parceria para o Desenvolvimento Produtivo (PDP) com a Hemobrás.A conclusão de fábrica para fracionamento de plasma humano, que está inacabada no complexo de Goiana (PE) e que também requer investimento privado, será objeto de outra negociação, uma vez que não está contemplada na proposta da Shire.

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