segunda-feira, 4 de setembro de 2017

Registro de pets em cartório começa a se popularizar em Maceió

Quem já fez, garante que documento do animal de estimação traz mais segurança. Serviço começou a ser oferecido no estado em março deste ano.

Por Derek Gustavo, G1 AL

Registro em cartório traz dados como o nome do animal, características físicas e de comportamento (Foto: Camila Cahet/ Arquivo pessoal)

Donos de bichos de estimação de Maceió estão começando a tornar comum o registro dos seus pets em cartório. O serviço começou a ser oferecido neste ano, e as pessoas que já fizeram dizem que o documento traz segurança e também é uma forma reafirmar o amor pelos pets, que se tornam parte da família.


O serviço está disponível no estado desde março. Um dos primeiros registros feitos foi o do Luke, o golden retriever da jornalista Camila Cahet. Ela conta que ficou sabendo que poderia fazer isso por meio de uma amiga.


“Foi em abril. Uma amiga comentou e eu achei muito interessante, pra assegurar que o Luke é meu. Em viagens, por exemplo, sempre pedem documentação, e esse é um documento oficial”, conta a jornalista.


Para ela, essa é mais uma forma de mostrar o carinho que sente pelo companheiro de quatro patas, que já tem 2 anos de idade.


“Quando você legaliza, dá o status de que ele é da família. Hoje em dia, as pessoas que adotam animais percebem isso. Assim posso demonstrar ainda mais carinho por ele”, afirma Camila.


De acordo com Rainey Marinho, presidente da Associação dos Notários e Registradores de Alagoas (Anoreg-AL), o registro de animais de estimação ainda é pouco procurado.


“Isso começou em Santa Catarina no início do ano. Aí, algum tempo depois, um cartório no Rio de Janeiro fez uma campanha sobre isso e foi um sucesso. A gente começou em março, mas como cartório não faz propaganda, pouca gente ainda sabe desse serviço”, diz Marinho.


Jornalista Camila Cahet registrou Luke, o golden retriever de dois anos (Foto: Camila Cahet/Arquivo pessoal)

Outro que já tem registro é o Francisco Leonelson Amâncio, o gato da também jornalista Carolina Araújo de Santana Amâncio. O sobrenome igual ao da dona, propositalmente, é para mostrar que o felino é o “filho de rabo” da Carolina, como ela mesma diz.


“Fiquei sabendo por uma amiga, que me marcou em uma publicação, sobre esses registros que já estavam sendo feitos em outros estados. Aí depois ela me avisou que já estavam fazendo aqui em Maceió. Ela perguntou se eu queria, e achei uma boa ideia”, relata Carolina.


Ela conta também que o registro trouxe mais segurança, já que é uma garantia contra qualquer adversidade, como problemas para provar que o animal é mesmo dela. Por conta disso, a jornalista já se prepara para registrar uma outra gatinha, a Elza Melânia, adotada recentemente.


“Acho que a responsabilidade que a gente deve que ter com eles não vai ser alterada por causa de um documento, mas é uma garantia aos olhos da lei de que o animal é mesmo nosso. Além disso, eu sou solteira. Se algum dia eu me casar e tiver uma separação, algo traumático, já garante que eu tenho a guarda dos dois. Evita uma enorme confusão, que já vi acontecendo algumas vezes”, conclui Carolina.


Carolina Amâncio registrou primeiro o Francisco (gato branco), e agora se prepara para fazer o mesmo com a Elza (Foto: Carolina Araújo de Santana Amâncio/Arquivo Pessoal)

Como fazer

O presidente da Anoreg explica que os cartórios já podiam fazer esse tipo de registro de pets (apelidado de “Identipet”) há muito tempo, mas o modelo para isso só surgiu neste ano.


O procedimento para registrar o bichinho de estimação é simples, custa R$ 68 e pode ser feito por qualquer pessoa, dona de qualquer animal, mas somente em Cartórios de Títulos e Documentos. Em Maceió são dois, localizados no Centro.


“A pessoa nos procura, com um documento de identificação, uma foto do animal e os dados dele, tanto físicos quanto de comportamento. Quanto mais detalhes, melhor. Se o bicho tiver microchip, pode levar o número também. Aí apresenta esses dados em uma declaração, a gente digitaliza a foto e coloca no registro. O documento sai em 24 horas”, explica Rainey Marinho.


Marinho diz também que o documento é importante não só pelos motivos apontados pela Camila e a Carolina, mas também pelo que diz sobre o cuidado que o dono tem com seu animal de estimação.


“Hoje o pet ocupa, no coração das pessoas, um papel fundamental. Numa sociedade tão triste, tão isolada, ele age como se fosse um ponto de emoção, de carinho para as pessoas, e o registro é uma demonstração de carinho com o animal, pois diz que você é, de fato, o guardião dele, registrado em cartório, com fé pública”, conclui o presidente da Anoreg.


Segundo Rainey Marinho, presidente da Anoreg, o registro dos pets traz mais segurança aos donos (Foto: Derek Gustavo/G1)

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