O sindicato acredita que houve um favorecimento financeiro para que os pais, que não tiveram os seus nomes divulgados, deixassem o menor na cela
Neste último sábado (30), no município de Altos, Piauí, uma criança de 11 anos foi deixada na cela de um detento preso por estupro de vulnerável. Segundo informado pelo Sindicato dos Agentes Penitenciários do Piauí (Sinpoljuspi), o pai da criança, ex-presidiário, foi quem deixou propositalmente o menor no local.
O sindicato acredita que o garoto tenha sido deixado no local para ser estuprado. A consumação dessa violência não aconteceu porque, após uma contagem dos visitantes, os agentes observaram que estava faltando uma pessoa. Depois de uma vistoria em todas as celas, encontraram a criança em baixo da cama do presidiário, sem camisa.
Até que esse menor vulnerável fosse encontrado, passaram-se mais de 4 horas. Os pais da criança afirmaram que tinham deixado o garoto porque iriam voltar para pegá-lo na visita do domingo.
O sindicato acredita que houve um favorecimento financeiro para que os pais, que não tiveram os seus nomes divulgados, deixassem o menor na cela. Sendo importante salientar que as visitas só são permitidas nas terças e quartas, como informado pelo Sinpoljuspi.
Assim que constatado, os pais do garoto foram conduzidos para a delegacia de flagrantes da cidade de Teresina. Como após o exame confirmaram que o garoto não tinha sido estuprado e/ou espancado, o delegado entendeu que não houve crime; liberando em seguida os pais do menor. A criança encontra-se hoje com os pais.
Este não foi o primeiro registrado pelo sindicato. Há cinco anos, um caso parecido aconteceu na mesma cidade. Acácio Castro, diretor do Sinpoljuspi, informou que esse acontecido não teve repercussão nem na mídia e nem no Ministério Público. O caso fof “abafado” e o próprio sindicalista não tinha muitas informações sobre.
Segundo consta no Estatuto da Criança e Adolescente (ECA), os menores não poderiam ter acesso às celas e pavilhões dos presídios. O correto é que existissem brinquedotecas nesses lugares para que as crianças ficassem apenas lá, nestes dias de visita.
Para se ter noção da superlotação que existe no sistema prisional, a colônia agrícola Major César Oliveira tinha capacidade para 150 presos, depois foi adptada para comportar 200; só que atualmente existem 390 presos no local. A Secretaria de Justica da capital informou que está ciente do caso e está tomando as providências
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