Músico mineiro se apresenta neste sábado (21), às 22h, no Palco Mestre Dominguinhos. 'Estamos super motivados em mostrar ao público pernambucano esse novíssimo show', disse o artista.
Por Almir Vilanova e Lafaete Vaz, TV Asa Branca e G1 Caruaru
Flávio Venturini se apresenta em Garanhuns neste sábado (21) (Foto: Divulgação)
O Festival de Inverno de Garanhuns, no Agreste de Pernambuco, foi o local escolhido por Flávio Venturini para apresentar o novo show. O mineiro vai cantar pela primeira vez com a Orquestra de Contrabaixos “Do Contra” neste sábado (21), às 22h, no Palco Mestre Dominguinhos.
Confira a programação do Festival de Inverno de Garanhuns 2018
No FIG, sucessos como “Todo Azul do Mar”, “Noites com Sol”, "Espanhola", “Pierrot”, e "Nascente", além de canções eruditas com uma roupagem mais popular, estarão presentes no repertório do cantor, pianista e arranjador.
Em bate-papo com o G1, Flávio Venturini - ex-integrante de bandas como 14 Bis e o Terço, e um dos idealizadores do Clube da Esquina - falou sobre o início da carreira, a expectativa de voltar ao Festival de Inverno e da relação com Renato Russo.
"Será o primeiro show do projeto de um CD e DVD com o grupo 'Do Contra', de Belo Horizonte, com músicos da Orquestra Filarmônica de BH e mais alguns da banda. Estamos super motivados em mostrar ao público pernambucano esse novíssimo show", disse o artista.
Será a estreia da Orquestra de Contrabaixos (Foto: Divulgação)
Confira abaixo a entrevista com Flávio Venturini:
Flávio, a sua ligação com a música começou muito cedo, ainda na adolescência. Qual era o cenário musical, naquele instante, que lhe influenciava?
Cresci nos anos 50, ou seja, época do romantismo das grandes orquestras e da música feita de belas melodias. Com certeza isso me influenciou de alguma forma.
O Clube da Esquina acabou revelando uma série de nomes que contribuíram demais para a Música Popular Brasileira. Em sua opinião, qual o maior legado daquele movimento de tanta relevância intelectual num momento difícil da política brasileira que foi a ditadura militar?
Penso que nessa época de final dos anos 60, anos 70, a música foi uma válvula de fuga aos horrores que o país vivia. E não foi a toa que tantos movimentos importantes eclodiram na nossa música. O Clube da Esquina para mim teve o mérito de reunir grandes compositores e teve em Milton Nascimento seu grande e generoso maestro, pois abriu caminho para todos, o Clube teve os méritos de estar com ouvidos abertos ao que acontecia no mundo naquele momento e isso só enriqueceu sua música.
Em meados da década de 1970, você integrou a banda "O Terço". Naquele instante a música progressiva e a psicodelia estavam fazendo parte do imaginário musical da juventude. Quais são as suas recordações dessa fase?
São muito boas as minhas recordações, afinal foi minha primeira banda e fizemos um som inédito no Brasil pra época, fazendo um rock progressivo com a nossa cara e fazendo isso com muito sucesso em época de pouca penetração em rádio e TV.
O 14 Bis, surge em 1979, como um grupo fortemente marcado pelo conjunto de vozes que entraria definitivamente para a história da MPB. Qual a razão para essa longevidade da obra da banda?
Acho que a amizade, pois começamos todos juntos e fizemos uma banda pop com pitadas de folk e progressivo, porém com um pé no Clube da Esquina e na MPB.
Flávio Venturini canta às 22h (Foto: Divulgação/Flávio Venturini)
Apesar de ser percebida pelo grande público como um grupo de MPB, o 14 BIS também tem o rock na sua sonoridade. Como foi o encontro com Renato Russo, vocalista da Legião Urbana, para a gravação de "Mais Uma Vez", na década de 1980?
Ao conhecer o Renato nos corredores da gravadora Odeon ele me disse: "Sou fã do disco 'Criatura da Noite' (primeiro CD do Terço com minha participação)". Logo vi que ele era um cara especial de grande inteligência, percebendo isso pelas conversas que tivemos. Certo dia eu cheguei mais cedo na sala de ensaios e fiquei tocando, compondo e ele pediu para assistir e ficou ali um tempo, até que me falou que tinha tido uma ideia sobre um tema que eu tocava naquele momento. A ideia falava de um pai dizendo ao filho durante uma tempestade "mas é claro que o sol vai voltar amanhã", daí ele fez a letra e o 14 Bis gravou com sua participação.
Paralelo as atividades do 14 Bis, você desenvolve um sólido trabalho. Foi difícil criar um espaço para as ideias individuais, depois de tantos anos na estrada, com os colegas de banda?
Sempre gostei de compor, acho que é o que faço melhor e seguir uma carreira solo me deu sim mais liberdade para compor em vários estilos, fazer trilhas e interagir com outros músicos .
Qual a importância de um festival como o FIG, que tem a proposta de levar grandes artistas ao encontro de grandes plateias em praça pública?
Fiquei super honrado com o convite, adoro o Nordeste e Pernambuco é um estado que se destaca pela força de sua cultura. Procuro ir sempre, já toquei em Garanhuns e sei da importância desse Festival, essa oportunidade será maravilhosa e coincide com o lançamento de uma proposta muito interessante e inédita no meu trabalho.
Você confessou nas redes sociais que vai estrear em Garanhuns a Orquestra de Contrabaixos “Do Contra” . Pode adiantar como será?
Faremos um show com alguns sucessos de minha carreira como “Todo Azul do Mar”, "Noites com Sol”, “ Espanhola”, “Nascente", e outras com alguns momentos de pura mistura de erudito com popular como em “Cinema Paradiso”, de Ennio Morricone e "Adiós Nonino “, de Astor Piazzola. Estou muito empolgado com essa estreia.
Nenhum comentário:
Postar um comentário