domingo, 23 de dezembro de 2018

Produtores de Alagoas buscam alternativas para animais não morrerem de fome na seca

Produção do milho, principal ingrediente da dieta do gado, foi prejudicada pela falta de chuva.

Por Gazeta Rural

Com a baixa produção de milho, produtores buscam alternativas para alimentar animais

O milho era um dos principais ingredientes utilizados na silagem, principal alimentação do gado no Sertão de Alagoas. Mas a seca prejudicou as plantações do sertanejo, que agora busca alternativa para os animais não morrerem de fome.

No Sítio Barriguda, na zona rural de Santana do Ipanema, os produtores retiram os espinhos do mandacaru que vai servir de alimento para os animais, já que a produção de milho não vingou neste ano por causa da falta de chuvas.

Com isso, comprar silo ou outras opções de alimentos, como ração ou bagaço de cana, está fora do orçamento dos agricultores.

"É caro demais. Um saco com 18 quilos sai a R$ 14, R$ 15, todo preço. Não tem quem aguente comprar", afirma o agricultor Cícero Gomes.

Outra alternativa para alimentar o gado é a palma forrageira, utilizada pelo agricultor José Edson de Araújo. Ele até se preparou em 2017, quando o inverno foi um pouco melhor, mas a reserva de alimento já está no fim.

"O milho que eu plantei, morreu. Não está fácil sobreviver", lamenta o agritcultor José Edson.

Reserva de silagem que agricultor guardava já está chegando ao fim — Foto: Reprodução/TV Gazeta

O presidente do Sindicato dos Produtores Rurais de Santana do Ipanema, Luiz Aves Ribeiro, avalia que a salvação do sertanejo seria o milho vendido pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), mas o polo onde o produto era ofertado na região foi desativado há cerca de 2 meses.

Agora, a única maneira de comprar o milho ofertado pela Conab é indo até os municípios de Arapiraca ou Palmeira dos Índios, na região Agreste, o que acaba deixando o produto ainda mais caro. "Isso sem falar no frete", questiona Ribeiro.

O superintendente da Conab, Lourival Barbosa, reconhece a dificuldade dos sertanejos em buscar o produto nos municípios do Agreste, mas explica que ficou inviável manter o polo de Santana funcionando.

"Por falta de dotação orçamentária, nós tivemos que suspender, e isso dificultou, naturalmente, a vida dos produtores do alto Sertão. Isso nos preocupa", afirma Barbosa, ao ressaltar que espera ter a situação resolvida já a partir de janeiro.

Enquanto isso não acontece, o produtor tenta driblar os preços da silagem, que dispararam.

"Nós tínhamos o milho de R$ 33, quando suspendeu, e quando voltou para Arapiraca, esse preço absurdo de R$ 46,80", diz José Ademir Pitel, presidente da Cooperativa de Avicultores e Agricultores Familiares do Sertão Alagoano (Coopafas).

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