Por conta da proliferação de vítimas, como é o caso de uma pernambucana que procurou recentemente as autoridades, Polícia Federal lançou um alerta para orientar como proceder diante de namoros virtuais
Por: Redação OP9
A estratégia, explica a PF, é sempre a mesma: os falsários criam um perfil com um belo rosto e uma história atraente. Foto: PF/Divulgação
Um tipo de relacionamento que tem se tornado cada dia mais comum, o namoro virtual tem se tornado uma oportunidade para a atuação de golpistas. Usando de canais como sites de encontro, redes sociais e aplicativos de mensagens, falsários conquistam parceiros, criam envolvimento e confiança, pedem dinheiro sob diversos pretextos e depois somem.
Segundo dados levantados pelo Alerta na Rede, canal de denúncia de crimes digitais, do total de pessoas que denunciaram ter caído tipo de golpe entre outubro de 2016 e dezembro de 2017, 88% eram mulheres. Somente nos dois primeiros meses de 2019, mais de 220 perfis falsos de golpistas foram detectados. Por conta da proliferação na quantidade de vítimas, como é o caso de uma pernambucana que procurou recentemente as autoridades, a Polícia Federal (PF) lançou um alerta para orientar como proceder diante de relações do tipo.
A estratégia, explica a PF, é sempre a mesma: os falsários criam um perfil com um belo rosto e uma história atraente. Com o tempo, ele estabelece uma ligação afetiva com a vítima, angaria a confiança dela e cria uma situação para pedir dinheiro emprestado. Em alguns casos, as pessoas enganadas chegaram a contrair empréstimos em bancos.
Pouco depois de pedir orientações, pernambucana foi vítima de tentativa de golpe
Depois de desconfiar da abordagem e da conversa mantida com um suposto norte-americano que se identificou como Jimmy S. Farley, uma pernambucana procurou a PF na semana passada buscando informações sobre o rapaz, com quem mantinha um relacionamento virtual. Entre as orientações, foi esclarecido que ela nunca deveria fazer nenhum transferência de dinheiro caso ele solicitasse.
Pouco depois, o homem, sob a desculpa de precisar pagar uma licença de emergência que lhe permitiria sair de uma zona de guerra e vir ao Brasil conhecer a namorada, solicitou a ela o envio de R$ 1,5 mil. Para dar fundamento á história, ele alegou não ter acesso à conta bancária por se encontrar em um local com limitações.
Entre as promessas feitas por ele, o golpista disse que chegaria ao Recife em 48 horas depois da transferência do valor e que tinha a intenção de abrir uma escola e um orfanato quando chegasse ao Brasil. Diante da tentativa de extorsão, a mulher foi orientada a procurar uma delegacia. Com base nas cópias das mensagens, ela registrou um Boletim de Ocorrência e solicitou a investigação do caso.
Golpistas apelam para histórias tristes com a intenção de sensibilizar as vítimas
De acordo com a Polícia Federal, os golpistas, também chamados scammers — geralmente homens —, se especializam no jogo da sedução e no envolvimento em romances falsos a distância para conseguir dinheiro. Geralmente os falsários identificam vítimas em potencial em redes sociais por meio da análise de perfis em redes sociais. Como a intenção é a extorsão, o primeiro detalhe analisado é a boa situação financeira dos possíveis alvos. Outro fator que costuma chamar a atenção dos falsários é o fato de a pessoa ser recém-divorciada ou estar solteira.
Os criminosos normalmente não moram no Brasil e agem em quadrilhas, utilizando abordagens similares. A maior parte dos falsários identificados são de países como Costa do Marfim, Nigéria e Iraque. Eles geralmente escolhem mulheres entre 45 e 55 anos, aparentemente bem sucedidas e sozinhas e, para dar credibilidade à história, afirmam ter cargos ligados ao exército ou serem engenheiros de petróleo russos.
Outra tática adotada por eles é a de contar histórias comoventes envolvendo supostos filhos, que sofreriam pela perda da mãe. Se dizendo viúvos, eles se dizem prontos para casar novamente e recomeçar a vida. Para provar o interesse em vir ao Brasil para conhecer a namorada, eles chegam a enviar até fotos de passagens aéreas forjadas e de um anel de noivado.
Normalmente, alerta a PF, os contatos e mensagens podem durar meses até que surjam as solicitações de dinheiro, normalmente fundadas em doenças dos filhos, empréstimos ou pagamento de taxas para a Receita Federal relativos a bens que eles alegam ter enviado para as vítimas (óculos, bolsas, sapatos, celulares e jóias) e ficaram retidos na alfândega.
Dicas da PF de como se proteger:
Quando conhecer qualquer pessoa na internet procure saber detalhes sobre ela (quem é, onde estuda, onde mora, onde trabalha) e checar se as informações são verídicas
Desconfie de pessoas muito bem sucedidas e com pressa para se casar. Não confie em histórias incríveis ou muito trágicas
Não deposite ou transfira valores sob qualquer alegação.
Cuidado com o compartilhamento de informações pessoais na internet. É analisando o perfil das vítimas que os golpistas vão montar uma estratégia de sedução
Peça que as conversas aconteçam por videochamada. Geralmente esse tipo de criminoso usa fotos de outras pessoas para enganar as vítimas.
A Receita Federal não exige qualquer pagamento em espécie ou por meio de depósito em conta corrente de agentes ou terceiros. Todos os tributos relativos à alfandega são recolhidos por meio de Documento de Arrecadação de Receitas Federais (DARF).]
O que fazer se cair no golpe?
Encerre e bloqueie o contato imediatamente
Procure a delegacia da Polícia Civil ou da Mulher mais próxima de sua residência pra registrar um Boletim de Ocorrência
Junte todos os registros das conversas ou comprovantes de depósitos realizados para auxiliar nas investigações e na identificação do golpista.
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