Cerca de 1% dos perfis foram responsáveis por mais de 20% das postagens com as tags que chegaram aos assuntos mais comentados do Twitter
Por Texto: Ethel Rudnitzki | Infográficos: Ana Karoline Silano, da Agência Pública
Salles: o próprio Ministro Ricardo Salles utilizou a hashtag em seu apoio (Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)
Na semana passada, entre 19 e 24 de agosto, as queimadas na Amazônia foram um dos assuntos mais comentados no Twitter mundialmente. Em meio à polarização no Twitter, as hashtags foram mais uma vez usadas como armas para ganhar a opinião pública – mas dessa vez, com auxílio de robôs e turbas virtuais, segundo levantamento feito pela Agência Pública.
No dia 21 de agosto, o presidente acusou, sem provas, organizações não governamentais (ONGs) pelos incêndios na Amazônia.
“Pode estar havendo a ação criminosa desses ‘ongueiros’ para chamar atenção contra o governo do Brasil”, disse em coletiva de imprensa. No mesmo dia, seus apoiadores lançaram a hashtag #AmazoniaSemOng, que chegou aos assuntos mais comentados da rede no Brasil.
O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, também recebeu uma hashtag de apoio nas redes. A tag foi lançada, com pouca expressividade, no dia 21 de agosto. No dia seguinte, depois que o partido Rede Sustentabilidade entrou com pedido de impeachment do ministro, a #SomosTodosRicardoSalles chegou aos Trending Topics no Brasil.
A Pública teve acesso às primeiras 50 mil postagens de cada uma das hashtags #AmazôniaSemONG e #SomosTodosRicardoSalles durante os dias 21 e 22 de agosto, extraídas pelo Laboratório de Pesquisadores Forenses Digitais (DFRLab), da organização Atlantic Council.
Os dados mostraram que por trás das tags estavam perfis com indícios de automação, responsáveis por manipular as tendências na rede social.
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