segunda-feira, 2 de setembro de 2019

Bolsonaro agora diz que não prometeu a Moro vaga no Supremo



Por Fabio Murakawa | Valor


BRASÍLIA  -  O presidente Jair Bolsonaro disse neste sábado que o advogado-geral da União, André Mendonça, é “terrivelmente supremável”, afirmando ainda que não prometeu ao ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, indicá-lo para o Supremo Tribunal Federal (STF). O presidente insinuou que ele teria dificuldades no Senado.

O presidente deu as declarações a um grupo de seis jornalistas que o aguardavam almoçar do lado de fora do Quartel General do Exército, em Brasília. Ele ordenou que sua equipe convidasse os repórteres para o almoço, sentou-se à mesa com eles e falou durante cerca uma hora e meia. Foi proibida a entrada com gravadores e celulares.

No almoço, Bolsonaro foi questionado sobre as possibilidades de Moro ser indicado ministro do STF. E também foi provocado sobre André Mendonça, já definido por ele como “terrivelmente evangélico”, uma qualidade que ele já disse que quer para a sua indicação ao Supremo.

“O André Mendonça é ‘terrivelmente supremável’”, afirmou o presidente. “Não assumi nenhum compromisso com Moro [de indicá-lo ao Supremo]. Dutante a campanha, o que prometi foi indicar alguém do perfil do Moro [para o Supremo].”

Bolsonaro disse que é preciso “avaliar o dia a dia e como o Senado vai avaliar o Moro em uma sabatina”. Ele afirmou que Moro é “extremamente técnico”, mas que é “ingênuo” politicamente, pois lhe “falta malícia”.

No dia 12 de maio, o presidente afirmou que indicararia Moro para o STF. Segundo o que o próprio Bolsonaro disse à época, a decisão fazia parte do acordo fechado entre os dois, após as eleições, para que o então juiz de primeira instância em Curitiba - notabilizado pelos julgamentos de processos da Operação Lava-Jato - assumisse o posto no primeiro escalão do novo governo. No dia seguinte, o ministro disse ao Valor que não existia um acordo firmado com o presidente.

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