Segundo professor da Universidade Federal de Pernambuco, mancha veio de navio que passou no litoral sul de Pernambuco – cerca de 40 ou 50 quilômetros da costa – no final de agosto
Por: Everton Dantas
No dia 27 de setembro, um barril foi encontrado na barra dos Coqueiros, em Sergipe. Foto: Secom/Sergipe
A mancha de óleo que já atingiu todos os nove estados no Nordeste possivelmente teve origem em um navio que passou no litoral de Pernambuco, no final do mês de agosto. Quem afirma é o professor do departamento de Oceanografia da Universidade Federal daquele estado (UFPE), Marcos Silva.
De acordo com ele, a embarcação teria passado a cerca de 40 ou 50 quilômetros da costa. O oceanografo chegou a esta conclusão aplicando um modelo matemático que calculou como as manchas chegaram ao litoral, levando em consideração o vento e as ondas.
Segundo ele, boa parte desse óleo se deslocou, carregado pela corrente, atingindo o litoral norte do Nordeste; enquanto outra parte se dispersou para o litoral sul nordestino. Com base nessa informações, o professor vai agora em conjunto com a Capitania dos Portos tentar identificar qual embarcação se enquadra na descrição feita com base nos cálculos.
A Petrobras informou nesta terça-feira que já recolheu 133 toneladas do material. A informação foi dada pelo presidente da empresa, Roberto Castelo Branco, em audiência pública na Câmara dos Deputados. Também nesta terça, a Marinha do Brasil emitiu nota sobre o assunto informando que a exemplo da Polícia Federal instaurou inquérito sobre o caso.
Óleo já foi encontrado em pelo menos 133 pontos de 68 cidades dos nove Estados do Nordeste. Foto: Secom/Sergipe
O Inquérito Administrativo sobre Acidentes e Fatos da Navegação (IAFN) vai analisar dados do tráfego marinho na área. A ideia é reunir informações de patrulha de navios e aeronaves da Marinha, simulações computacionais sobre as influências de corrente no Atlântico Sul e análises dos perfis químicos dos resíduos coletados.
Possivelmente esse inquérito vai usar as informações do professor Marcos Silva para identificar os responsáveis pelo crime ambiental. A presença de óleo no mar e nas praias nordestinas começou a ser denunciada por cidadãos no dia 2 de setembro. Ao toto, as manchas já foram identificadas em pelo menos 133 pontos do litoral, em 68 cidades dos nove Estados do Nordeste.
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