terça-feira, 16 de março de 2021

Médica sabatinada por Bolsonaro e seu filho passou por diversos constragimentos

A Dra. Ludhmila Hajjar foi a Brasília indicada pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) e por mais de 15 autoridades, como possível nome para assumir o Ministério da Saúde.

Seu nome, no entanto, não foi bem aceito nas redes de apoiadores de Bolsonaro na internet –que são um termômetro usado pelo presidente para nomear alguém para cargos-chave em seu governo.

O encontro no Alvorada teve certo constrangimento logo de cara, pois Ludhmila foi a uma reunião e encontrou, na mesma sala, o general que poderia substituí-la.

A médica foi sabatinada pelo presidente e seu filho. Eduardo Bolsonaro quis saber o que ela achava de 2 temas: aborto e armas. 
Segundo apurou o Poder360, ela respondeu que era médica, que considerava o tema das armas relacionado a polícias e às Forças Armadas, e que não nutria simpatia por armar a população.

Num determinado momento, Bolsonaro quis saber o que a médica achava da cloroquina. Ludhmila disse que essa fase já havia passado. Que era necessário olhar para a frente. O presidente insistiu. Disse que ninguém sabe ainda o que funciona ou não para tratar a covid-19. E que os médicos têm o direito de prescrever o que quiserem. Nesse aspecto, houve divergência entre Bolsonaro e Ludhmila.

O presidente questionou também as medidas de lockdown para frear os contágios pelo coronavírus. Disse ser contra o fechamento de negócios e a adoção de toque de recolher, casos de São Paulo e Brasília, por exemplo.

O presidente em determinado momento dirigiu-se a Ludhmila no seu estilo e disse: “Você não vai fazer lockdown no Nordeste para me foder e eu depois perder a eleição, né?”.

Logo após, a Doutora deixou a reunião. Com o nome de Ludhmila riscado da lista de opções de Bolsonaro, sobrou outros cotados para a vaga.

Um deles é Marcelo Queiroga, presidente da Sociedade Brasileira de Cardiologia, bolsonarista fervoroso, o que agrada aos militantes fiéis ao presidente. Esse aceitou e será Ministro.

A Doutora Ludhmilla relatou a Globo News que foi ameaçada de morte e tentaram invadir o hotel em que estava hospedada.

A gente nem sabe o que dizer sobre tantos absurdos. Para Bolsonaro, as 280 mil mortes não passam de um jogo político para elegê-lo ou tirá-lo do poder. Um show de ignorância, narcisismo, violência e despreparo.

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