segunda-feira, 23 de janeiro de 2023

BOLSONARO MENTIA A ONU SOBRE INDIOS

Bolsonaro mentia para ONU e dizia que yanomamis estavam sendo atendidos
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) durante encontro com apoiadores indígenas em Brasília Foto: Reprodução/Reuters/Adriano Machado
Durante a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o governo encaminhou diversas cartas para entidades internacionais para dar garantias de que os integrantes do povo Yanomami estava sendo atendido e que os programas específicos de saúde do grupo estavam funcionando, mas isso não aconteceu.
O relato do governo revelou um contraponto com os registros de crianças indígenas vivendo em uma situação de extrema fome. As informações divulgadas apontam 11 mil casos de malária em 2022 nas terras Yanomami e a morte de 570 crianças.
Segundo o colunista Jamil Chade, do UOL, nas cartas divulgadas, e escritas pelo governo Bolsonaro, a Organização das Nações Unidas (ONU) recebeu relatos de que um projeto para garantir saúde e alimentos dos povos naturais estava em andamento.
Isto é, caso fosse realidade, uma tentativa da gestão anterior de ir contra a acusação de omissão e tentando convencer os organismos gringos de que o governo bolsonarista estava presente na região para lutar contra o garimpo ilegal.
A gestão Bolsonaro foi pressionada por relatores da ONU e pela Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) ao longo de pelo menos três anos. As cartas eram respostas a denúncias que os diferentes relatores da ONU tinham feito, solicitando explicações de Bolsonaro sobre um desmonte da política indigenista.
Em suas cartas, o ex-presidente tentava mostrar as “medidas tomadas pelo seu governo”, falando sobre monitoramento, operação contra garimpeiros e programas de saúde. Mas, desde aquele momento, a Comissão já havia identificado a presença ilegal de garimpeiros, violência contra os povos indígenas, falhas no sistema e falta de programas.
A entidade destacou que as informações apresentadas pelo governo Bolsonaro “são gerais e programáticas e não permitem ver as ações implementadas diretamente à população beneficiária”. Assim, a CIDH solicitou ao Brasil que adotasse “as medidas necessárias para proteger os direitos à saúde, à vida e à integridade pessoal dos membros dos Povos Indígenas Yanomami”.

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