domingo, 13 de agosto de 2023

AÇÃO DOS COMANDADOS POR BOLSONARO FOI CLASSIFICADA PELA PF COMO "OPERAÇÃO RESGATE"

Operação resgate - A Polícia Federal classificou como "operação resgate" a movimentação sigilosa de alguns dos principais auxiliares do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para reaver nos Estados Unidos joias que haviam sido vendidas, mas que para autoridades brasileiras pertencem ao patrimônio público. No dia 15 de março, o TCU (Tribunal de Contas da União) havia determinado que o material fosse devolvido ao governo brasileiro. Participaram do movimento, segundo a PF, o tenente-coronel do Exército e ex-chefe dos ajudantes de ordem de Bolsonaro, Mauro Cid, o seu assessor Marcelo Câmara, o segundo-tenente Osmar Crivelatti e o advogado Frederick Wassef. A investigação mostra que eles se articularam para recuperar o "kit ouro Branco", entregue ao ex-presidente em sua visita oficial à Arábia Saudita em outubro de 2019 e incorporado ao seu acervo privado. O conjunto era composto de um anel, abotoaduras, um rosário islâmico ("masbaha") e um relógio da marca Rolex, produzido em ouro branco e diamantes. 
Os aliados do ex-presidente teriam dividido a operação em duas etapas, segundo a PF. O relógio Rolex Day-Date, vendido à empresa Precision Watches, na Pensilvânia, Estados Unidos, foi recuperado no dia 14 de março por Wassef. Ele teria comprado de volta o objeto. Após o "resgate", o advogado teria retornado com o bem ao Brasil no dia 29 de março e entregue a Mauro Cid quatro dias depois, em São Paulo. O tenente-coronel então retornou a Brasília na mesma data e entregou o relógio a Crivelatti. A PF identificou registros de interação entre Cid e Wassef para tratar do assunto, apesar de o primeiro ter apagado a maior parte das mensagens. O órgão confirmou que Wassef embarcou no dia 11 de março de Campinas (SP) para a Flórida. O restante das joias, segundo a PF, foi recuperado por Cid em 27 de março, durante viagem a Miami. 

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