Ex-servidor do governo estadual é alvo da 2ª fase de operação da Polícia Federal que investiga desvio de dinheiro de programa de leite
A Polícia Federal deflagrou, na manhã desta quarta (02), a segunda fase da Operação Desnatura, com o objetivo de desarticular mais um núcleo da organização criminosa investigada no caso do suposto desvio de recursos públicos destinados ao “Programa Leite de Todos e PAA-Leite”, do Governo de Pernambuco, custeado também com recursos do Governo Federal.
A ação aconteceu em conjunto com a CGU (Controladoria-Geral da União).
O núcleo alvo da ação de hoje é encabeçado por um ex-servidor da Secretaria de Desenvolvimento Agrário de Pernambuco que teria constituído uma associação com intenção de fraudar o programa social voltado a garantir a segurança alimentar da população de baixa renda.
O trabalho é um desdobramento das Operações Lácteos e Desnatura, deflagradas também pela Polícia Federal, nos meses de novembro de 2022 e junho de 2023.
As investigações iniciais revelaram que empresários ligados a um grande laticínio sediado no interior do estado e a uma empresa sediada no Recife teriam desviado verbas do governo federal que deveriam ter sido destinadas à aquisição de leite cru, fornecido por pequenos produtores rurais inscritos no Pronaf (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar).
Também nas fases anteriores, a Justiça decretou o sequestro patrimonial de bens e valores dos investigados, no valor total de R$ 95.931.880,15, a fim de descapitalizar a possível organização criminosa e ressarcir os cofres públicos, além das prisões preventivas de seis deles.
A operação de hoje, que contou com a participação de 50 policiais federais e 4 auditores da CGU, visa dar cumprimento a nove mandados de busca e apreensão, em Recife (3), Jaboatão dos Guararapes (1), Paulista (1), São Benedito do Sul (1), Maraial (1), São Paulo/SP (1), e, Rio de Janeiro/RJ (1).
O nome da operação faz menção ao leite integral pasteurizado que teria deixado de ser um produto natural (puro) para se tornar um composto de baixo valor nutricional e inadequado ao consumo, com potencial de causar déficit nutricional em crianças e pessoas atendidas pelo programa do governo.
Os crimes investigados são estelionato, peculato, obstrução à Justiça, falsidade ideológica, lavagem de dinheiro, crime contra saúde pública. Em caso de condenação, as penas máximas somadas superam trinta anos de reclusão.
Um comentário:
O pivô quer saber os nomes pra acompanhar a futura impunidade.
Quantos estão presos em Pernambuco por conta desse tipo de crime?
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