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Por Edney Souto.
AS CIDADES PERNAMBUCANAS CUJA TRADIÇÃO É NÃO REELEGER PREFEITOS
Apesar da reeleição ser um instituto presente na maioria dos sistemas democráticos ao redor do mundo, seu funcionamento tem apresentado diversos desafios em algumas regiões específicas. Um exemplo disso é observado nas cidades de Itamaracá, localizada em Pernambuco, e Itaquitinga, situada na zona da mata norte do estado. Nessas localidades, os ex-prefeitos têm retornado ao poder, em algumas ocasiões de forma intercalada, porém, desde que a reeleição passou a vigorar, nenhum prefeito conseguiu ser reeleito.
ITAQUITINGA ALTERNANDO - Esse fenômeno intriga até mesmo a ciência política, que não consegue explicar exatamente os motivos por trás dessa falta de reconhecimento da população em relação às gestões que tentam se manter no comando. As eleições nesses municípios são marcadas por uma alternância constante no poder, com políticos experimentados assumindo a liderança e, posteriormente, cedendo espaço para um novo ciclo de governança e retornando sempre no quadriênio seguinte. Nos últimos 18 anos a prefeitura de reveza entre a família Moraes e o ex-prefeito Geovani Oliveira. Em tempo os dois ex-prefeito da Família Moraes faleceram que eram José Vidal. O Zeca e o Pablo Moraes, este último faleceu no mandato atual sendo substituído pelo irmão, Patrick Moraes, que era vice-prefeito e está atualmente no comando da cidade. Geovani Oliveira já está em pré-campanha para retomar ao comando da cidade da Mata Norte e o seu nome é fortíssimo para 2024.
ITAMARACÁ- Na ilha de Itamaracá, por exemplo, já se especula que o atual prefeito, Paulo Batista, terá dificuldades para se reeleger. Sua gestão tem enfrentado problemas e desafios, e a população parece insatisfeita com os resultados apresentados até o momento. Da mesma forma, em Itaquitinga, a situação é semelhante. Patrick Moraes, que atualmente ocupa a posição de prefeito, enfrenta uma situação delicada, com a gestão sendo alvo de críticas e pontuada por dificuldades. Há oito pré-candidatos na Ilha de Itamaracá para 2024, entre eles estão o ex gestor Paulo Galvão(MDB), o atual vice-prefeito George Baiá(PSD), Bruno Reis(UB) e o ex-prefeito que saiu em 2021 Mosar Tato(PSB).
TRADIÇÃO- Essas cidades parecem presas a uma tradição de não reeleger prefeitos, mesmo com a existência da possibilidade legal de fazê-lo. Ao contrário de Garanhuns, em que nenhum prefeito por mais desgastado que estivesse, deixou de se reeleger desde l dia que passou a vigorar esse instituto. Esse comportamento, nas cidades de Itaquitinga e da Ilha de Itamaracá é aparentemente inexplicável e pode estar relacionado a uma combinação de fatores. É possível que a população tenha uma percepção negativa em manter por longos períodos às administrações anteriores, o que contribui para a não aceitação da reeleição na hora de escolher seus governantes. Caro leitor o que se diz em ambas as cidades é que os atuais prefeitos não serão reeleitos, mantendo a tradição.
FATOR PRIMORDIAL- caro leitor há um outro fator que a maioria poderia considerar, que seria a falta de sintonia entre a classe política e as demandas da população. Pode ainda eventualmente, haver um descompasso entre as promessas de campanha e as ações efetivas dos gestores, o que acaba gerando um sentimento de desconfiança pra manter os mesmos por longo período de oito anos por parte dos eleitores. Essa relação conturbada entre governantes e governados dificulta a sobrevivência política daqueles que buscam a reeleição, pois sempre terão “férias forcadas” e nesse ínterim, pode acontecer muita coisa, inclusive nada. É assim que funciona nessas cidades pernambucanas.
COMUNIDADES - Além disso, é importante considerar a influência das pequenas comunidades nessas duas localidades. Em cidades menores, como Itamaracá e Itaquitinga, as relações pessoais e a proximidade entre os moradores podem ter um impacto significativo nas decisões eleitorais. Desse modo, é possível que a população, ao ver os problemas enfrentados pelas gestões anteriores, opte por não reeleger aqueles que já estiveram no poder, na esperança de que um novo governo capitaneado pelo antecessor, que tenha pensado e aprendido fora da gestão volte e apresente melhores resultados.
NO BRASIL - Esse fenômeno, embora peculiar, não é completamente exclusivo dessas cidades. Existem outros exemplos pelo país de municípios que resistem à reeleição e mantêm uma tradição de alternância no poder. O instituto da reeleição, apesar de ter sido criado para possibilitar a continuidade de gestões bem-avaliadas, tem encontrado dificuldades em algumas regiões, onde as preferências e comportamentos eleitorais são moldados por fatores locais e contextos específicos.
ESTUDOS SOCIOLÓGICOS- Diante desse quadro, é fundamental aprofundar os estudos acadêmicos e o debate político sobre o fenômeno da não reeleição nessas cidades, buscando assim compreender as causas e propor soluções para que o instituto da reeleição possa funcionar de maneira mais efetiva. É necessário que os gestores compreendam as demandas da população e estabeleçam um diálogo contínuo, além de apresentar resultados concretos que atendam às expectativas da comunidade. Somente dessa forma será possível reverter essa tradição aparentemente arraigada e garantir uma gestão mais eficiente e efetiva para o futuro dessas cidades. Parece brincadeira mas não é. É isso aí.
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