sexta-feira, 25 de agosto de 2023

O PANORAMA DA VACINAÇÃO NAS CIDADES DE PERNAMBUCO

"Desafios e Conquistas: O Cenário da Vacinação em Municípios Pernambucanos"
Nos últimos anos, a saúde pública em Pernambuco enfrentou uma preocupante redução nas coberturas vacinais, o que tem gerado um alerta sobre a potencial ressurgência de doenças outrora controladas. Dentre os municípios pernambucanos, destaca-se um panorama diversificado quanto ao nível de cumprimento do Programa Nacional de Imunização.

Em um lado da balança estão Chã de Alegria, Moreno, Ilha de Itamaracá, Canhotinho e Sairé, municípios que se encontram no alarmante nível crítico do Índice de Fiscalização do Programa Nacional de Imunizações (IFPNI). A falta de vacinas básicas como a Pentavalente, Pneumocócica 10 valente, Poliomielite e Tríplice viral em diversas unidades de saúde dessas localidades suscita preocupações quanto à proteção efetiva da população, especialmente das crianças.

Contrapondo essa situação, temos municípios como Santa Cruz, Lagoa dos Gatos, Cupira, São Vicente Férrer e Brejinho, que figuram no nível satisfatório do IFPNI. A colaboração dessas regiões em manter níveis de cobertura vacinal adequados merece destaque, visto que a vacinação é um pilar fundamental na prevenção de doenças e na erradicação de surtos.

O alerta do infectologista Werciley Júnior ganha relevância nesse contexto. A vacinação é uma ferramenta essencial para eliminar doenças e reduzir a gravidade dos casos. No entanto, a queda na cobertura vacinal aumenta o risco de ressurgimento de doenças já controladas e propagação de surtos em comunidades não imunizadas.

As auditorias realizadas pelo Departamento de Economia e Saúde e de Controle Externo Regional do TCE revelaram lacunas preocupantes. A falta de vacinas em cerca de 47% dos municípios investigados evidencia a fragilidade do sistema de abastecimento. Além disso, a falta de capacitação adequada dos profissionais de saúde, a ausência de campanhas de conscientização e a falta de estrutura adequada nas unidades de saúde comprometem a eficácia do programa de imunização.

Uma das questões mais críticas é a inadequação das instalações de armazenamento das vacinas. O armazenamento em geladeiras domésticas em 74% das unidades visitadas é uma preocupação séria, visto que a temperatura inadequada pode comprometer a eficácia das vacinas. A falta de manutenção regular em 62% dos equipamentos de refrigeração e a ausência de geradores em 72% das unidades também são fatores que aumentam o risco de perda da cadeia de frio.

Diante desse cenário desafiador, a Secretaria de Saúde de Pernambuco e os municípios têm implementado estratégias para reverter essa tendência. A busca ativa vacinal, a ampliação do horário de atendimento nas Unidades Básicas de Saúde, a vacinação em escolas e feiras livres são exemplos de iniciativas que visam aumentar a cobertura vacinal.

Em resumo, o panorama da vacinação em municípios pernambucanos revela uma dicotomia entre desafios e conquistas. Enquanto algumas localidades lutam para manter níveis adequados de cobertura vacinal, outras enfrentam deficiências no sistema que podem colocar em risco a saúde pública. O compromisso com a imunização, aliado a investimentos em infraestrutura e conscientização, emerge como a chave para garantir uma proteção efetiva contra doenças evitáveis.

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