quinta-feira, 30 de maio de 2024

PORQUE DE O NÃO DE MENDONÇA AO JOÃO

Mendonça Filho Apoia Daniel Coelho e se Licencia da Presidência do União Brasil em Recife
Mendonça Filho (UB) surpreendeu o cenário político ao anunciar seu apoio a Daniel Coelho (PSD) na eleição de outubro, além de se licenciar da presidência do União Brasil no Recife. A decisão, carregada de nuances e contextos históricos, reflete um movimento estratégico e calculado, influenciado por acordos passados, rivalidades internas, e pressões políticas.

A aliança entre Mendonça Filho e Daniel Coelho não é uma novidade. Há quatro anos, ambos firmaram um acordo onde o mais bem colocado nas pesquisas receberia o apoio do outro. Contudo, Daniel Coelho rompeu o acordo ao lançar um candidato paralelo, gerando críticas. Apesar disso, a dupla manteve a parceria na oposição ao PSB, especialmente nas eleições de 2022. Essa continuidade reforça a previsibilidade da aliança atual.

Os conflitos de Mendonça Filho não se limitam a Daniel Coelho. Em 2020, antes da formação do União Brasil (fusão do DEM com o PSL), Luciano Bivar, então presidente do PSL, prometeu apoiar Mendonça, que ainda estava no DEM. No entanto, Bivar lançou um candidato próprio de pouca expressão, devido a um acordo com o PSB, o que gerou críticas de Mendonça à relação de Bivar com os socialistas.

As disputas internas se intensificaram em 2022, com Mendonça enfrentando oposição dentro do próprio partido. O presidente nacional da sigla na época teria sabotado Mendonça, excluindo-o de guias eleitorais e dificultando sua eleição. A família Coelho também sofreu nas disputas internas.

A decisão de Mendonça Filho de apoiar Raquel Lyra (PSDB) no segundo turno da eleição de 2022 não surgiu de um convite recente, mas sim de uma continuidade política. Mendonça nunca indicou secretários ao governo de Lyra, reforçando sua independência política.

Nos bastidores, o PSB, liderado por João Campos, tentou atrair Mendonça com propostas de cargos e espaços políticos. As negociações incluíam promessas para a campanha de 2026. No entanto, Mendonça resistiu, mantendo sua posição firme contra o PSB.

Elmar Nascimento, líder do União Brasil no Congresso, é candidato à presidência da Câmara Federal. O apoio do PSB, prometendo 14 votos, é crucial para Elmar. A pressão para que Mendonça levasse o União Brasil do Recife para João Campos aumentou, mas Mendonça permaneceu inflexível.

Enfrentando uma pressão intensa, Mendonça optou por se licenciar da presidência municipal. Essa decisão permitiu que ele apoiasse Daniel Coelho, mantendo sua promessa a Raquel Lyra, enquanto João Campos garantiria o tempo de TV e rádio desejado. Elmar Nascimento, por sua vez, asseguraria os votos do PSB para sua candidatura na Câmara.

A resistência de Mendonça Filho, que optou por não ceder às pressões e vantagens oferecidas pelo PSB, destaca uma postura rara na política atual. Poucas horas após o anúncio de sua licença, União Brasil e PSB firmaram uma aliança para a eleição de 2024 no Recife e para a presidência da Câmara Federal, resolvendo os problemas políticos em questão.

Essa saga política exemplifica as complexidades e manobras estratégicas nos bastidores eleitorais, onde lealdades, rivalidades e interesses se entrelaçam em um intricado jogo de poder. Pois é!

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