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Por Edney Souto
PREFEITO FÁBIO ARAGÃO, SURPREENDE E MOSTRA ONDE A POLÍTICA E A FÉ ANDAM JUNTAS
A política no Brasil, especialmente no interior, é frequentemente marcada por histórias surpreendentes e decisões inesperadas. Uma dessas histórias recentes é a do prefeito de Santa Cruz do Capibaribe, Fábio Aragão (PSD), que anunciou sua decisão de não concorrer à reeleição em 2024, apesar de sua administração ter uma aprovação impressionante de 84% da população, segundo o Instituto Opinião.
Ascensão e Gestão
Fábio Aragão é filho do ex-vereador Fernando Aragão, um dos políticos mais populares da região, que faleceu em 2020 devido à Covid-19. Naquele ano, Fábio, então um empresário do ramo de confecções e fiel da Igreja Adventista do Sétimo Dia, substituiu o pai na disputa pela prefeitura e venceu. Desde então, sua gestão tem sido marcada pela eficiência e pela alta aprovação popular, consolidando-se como um dos prefeitos mais bem avaliados de Pernambuco.
A Decisão Inesperada
No entanto, em uma decisão que surpreendeu a todos, Fábio anunciou em uma live nas redes sociais que não buscaria a reeleição. Segundo ele, a decisão foi motivada por um "recado divino" que recebeu. Fábio contou que, enquanto orava, recebeu uma ligação de uma pessoa cristã em quem confia, que lhe transmitiu a mensagem de que não deveria mais ser candidato, pois já havia cumprido seu propósito e deveria cuidar da família.
Impacto na Política Local
A decisão de Fábio abalou a política local. Seu vice-prefeito, Helinho Aragão (PSD), foi imediatamente lançado como o candidato do grupo para as eleições de outubro, mas a transferência de votos não é automática, e a oposição vê na decisão uma oportunidade para reavaliar suas estratégias e aumentar suas chances de vitória.
O deputado Diogo Moraes, principal aliado de Fábio, e outros políticos locais, como Felipe Carreras e André de Paula, também foram pegos de surpresa. Em entrevista, Moraes expressou compreensão pela decisão baseada em fé, mas reconheceu o impacto político significativo que isso traria.
A Fé Adventista
A crença religiosa de Fábio é central para entender sua decisão. Como membro da Igreja Adventista do Sétimo Dia, ele segue doutrinas específicas, como a guarda do sábado e a abstinência de festas profanas, o que influenciou sua maneira de governar. A igreja é conhecida por suas práticas conservadoras, ênfase na saúde e na alimentação salutar, além de uma compreensão holística do ser humano.
A Esfera Espiritual e o Poder Político
A frase do ex-governador Roberto Magalhães, “A política é diabólica, o poder é sagrado”, ressoa na trajetória de Fábio. Sua decisão de abdicar do poder em nome de sua fé é um exemplo marcante de como a espiritualidade pode influenciar profundamente a carreira política. Fábio deixou claro que, para ele, a obediência a Deus é primordial, e sua luta espiritual ao longo do mandato culminou nessa decisão.
Futuro da Sucessão
Helinho Aragão, agora candidato oficial, enfrentará o desafio de manter a base governista unida e de convencer a população a transferir o apoio que tinham a Fábio para ele. A oposição, representada por figuras como Alessandra Vieira e Robson Ferreira, verá na decisão uma chance de desgastar o nome da gestão e ganhar terreno nas eleições.
Santa Cruz do Capibaribe, que já surpreendeu ao dar a maioria dos votos a Jair Bolsonaro contra Lula em 2022, poderá ter uma eleição atípica este ano. A cidade, que possui um histórico político peculiar, será palco de uma disputa acirrada, onde a fé e a política se entrelaçam de maneira única.
Exemplo de Convicção
A renúncia de Fábio Aragão à reeleição é um capítulo fascinante na política pernambucana. É um exemplo de como as convicções pessoais e religiosas podem moldar a carreira política e provocar reviravoltas inesperadas. Com uma gestão aprovada por mais de 80% da população e uma forte liderança, Fábio escolheu abdicar do poder em nome da fé, deixando um legado de integridade e compromisso espiritual que será lembrado por muito tempo na história de Santa Cruz do Capibaribe. É isso!
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