sábado, 22 de junho de 2024

Na Lupa, Sábado, 22/06/2024, Blog do Edney

NA LUPA 🔎 
BLOG DO EDNEY


Por Edney Souto


PERDEU A VICE E A GENTE DEBULHA PORQUE

No cenário político do Recife, a decisão de João Campos, prefeito pelo PSB, de não ceder a vaga de vice-prefeito ao PT não apenas reflete dinâmicas locais complexas, mas também ilustra um embate estratégico entre duas forças históricas da esquerda brasileira.
COISA ANTIGA - Desde os tempos de Miguel Arraes e Eduardo Campos, o PSB consolidou-se como um bastião em Pernambuco, com uma base eleitoral robusta enraizada na Prefeitura do Recife. João Campos, herdeiro dessa tradição política, argumentou persuasivamente que qualquer interferência do PT nacional poderia minar essa estrutura local, essencial para as aspirações futuras do PSB no estado.
QUER NÃO - A recusa de João Campos em aceitar um vice do PT não foi apenas uma decisão local; foi também uma estratégia para preservar a autonomia do PSB frente ao poder centralizador do PT. Para Lula e Gleisi Hoffmann, aceitar essa decisão pode ter sido uma forma de manter a aliança pragmática entre as duas legendas, evitando atritos que poderiam comprometer a coalizão nacional.
LASCOU - No entanto, para o PT estadual, a recusa foi um golpe político inesperado. A estratégia errática durante o processo pré-eleitoral, marcada por disputas internas e falta de unidade na escolha de um candidato a vice, deixou a legenda em posição defensiva. Em vez de capitalizar sua força política e eleitoral, o PT acabou relegado a um papel secundário, à espera de um acordo que não se concretizou.
TA FRÁGIL - O episódio não apenas expõe as vulnerabilidades estratégicas do PT no Recife, mas também oferece uma lição sobre a importância das escolhas políticas e das alianças partidárias. Como disse Charles Chaplin, a vida é feita de escolhas, e os resultados eleitorais são reflexos diretos dessas decisões.
REVER - Olhando para o futuro, o PT precisa reavaliar suas estratégias e fortalecer sua base local para evitar repetir erros similares. Enquanto isso, o PSB segue firme em seu projeto hegemônico em Pernambuco, com João Campos projetando-se como um candidato forte ao governo estadual, o que pode redefinir ainda mais o equilíbrio de poder na região.
PERDEU - Em resumo, o embate entre PT e PSB no Recife é muito mais do que uma disputa por uma vice-prefeitura; é um capítulo significativo na política regional e nacional, onde as decisões de hoje moldarão o cenário político de amanhã.

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