Correios lança selo postal em homenagem ao bicentenário da Confederação do Equador nesta terça (2) em Olinda
Os Correios promovem na manhã desta terça-feira (2), às 10h, no Centro Cultural Eufrásio Barbosa, em Olinda, o lançamento oficial da emissão postal comemorativa ao bicentenário da Confederação do Equador. A cerimônia, que será realizada do Centro Cultural Eufrásio Barbosa, faz parte da programação especial elaborada pelo Governo do Estado para celebrar os 200 anos do movimento revolucionário que teve início em Pernambuco e que contou com a adesão de outras províncias do Nordeste. A solenidade contará com a presença da governadora Raquel Lyra; da vice-governadora, Priscila Krause, do superintendente estadual dos Correios em Pernambuco, Ricardo Santos, dentre outras autoridades.
Sobre a Confederação - O movimento republicano e constitucionalista iniciado no Recife, em 2 de julho de 1824, foi uma insurgência à decisão do imperador Pedro I de ordenar o fechamento da primeira Assembleia Constituinte, em 12 de novembro de 1823. No ano seguinte, em 25 de março de 1824, foi outorgada uma Constituição redigida por um pequeno conselho nomeado pelo próprio imperador para substituir a Assembleia Constituinte, explica o historiador George Cabral, autor do texto do edital do selo e membro do comitê estadual de comemorações do bicentenário. A constituição imposta estabeleceu um quarto poder, o Moderador, colocando, na prática, o imperador acima dos três outros poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário). Isso feria gravemente o sistema constitucional de freios e contrabalanço entre os poderes. A Constituição imposta preconizava um modelo de Estado fortemente centralizado, que não concedia autonomia administrativa e fiscal para as províncias, explica George. Ao mesmo tempo, o texto da Carta Magna não excluía claramente a possibilidade da reunificação do Brasil com Portugal, uma vez que Pedro I era herdeiro legítimo do trono de seu pai, o rei João VI. O movimento pernambucano contou com a adesão de outras províncias, com destaque para o Ceará, onde as tropas confederadas foram definitivamente derrotadas em 29 de novembro de 1824, ocasião em que se deu a prisão de Frei Caneca, o principal mentor intelectual da Confederação. A repressão ao movimento foi brutal. O frade carmelita e outros participantes pagaram com as próprias vidas a ousadia de sonhar uma nação moderna. Como castigo pelo levante, a província de Pernambuco perdeu quase metade de seu território com o desmembramento da Comarca de São Francisco, que foi anexada provisoriamente a Minas Gerais e depois a Bahia.
O termo “confederação” remetia ao arranjo político-administrativo proposto pelo movimento para o Brasil. Ao invés do Estado centralizado preconizado na Constituição imposta pelo imperador, propunha-se que as províncias que integravam o país tivessem sua autonomia garantida por uma Constituição livremente elaborada por seus representantes parlamentares. O termo “Equador” pode assumir duas leituras. A primeira nos remete à ideia de "norte", ou seja, à porção territorial do Brasil mais próxima da linha do Equador, a linha paralela imaginária que divide o planeta em dois hemisférios. As províncias do Norte, capitaneadas por Pernambuco, instavam as do Sul a se unirem em um regime republicano, constitucional e garantidor da independência do Brasil. A segunda pode se relacionar com o uso da expressão “Império do Equador”, que aparecia em referências ao Brasil, tal como ocorre no título de opúsculo publicado em 1822 pelo historiador inglês Robert Southey. A Confederação do Equador, portanto, se colocou como uma alternativa para a construção de um país republicano e regido por uma Constituição escrita por uma Assembleia soberana composta pelos representantes eleitos por cada província.
O selo – A arte desta emissão é composta pela marca do Bicentenário da Confederação do Equador, na base do selo, e pelos elementos da bandeira da Confederação na porção superior. O fundo do selo é azul celeste. O brasão consiste em um quadrado amarelo, tendo sobre ele um círculo branco de interior azul estrelado com uma Cruz da Trindade vermelha, e os lemas Religião, Independência, União e Liberdade. Envolvendo os lados do quadrado, um ramo de cana de açúcar e um de algodão; e saindo da parte superior, a Mão da Justiça, tendo na palma desta o Olho da Providência. Logo acima, uma fita em cujo interior está escrita a palavra “Confederação”. A técnica usada foi computação gráfica. O selo tem valor do primeiro porte da carta. A tiragem é de noventa e seis mil exemplares. A impressão é da Casa da Moeda do Brasil, que utilizou o processo ofsete, em papel couchê gomado. A folha possui 12 selos e já está disponível na loja virtual dos Correios e nas agências em todo o Brasil.
Serviço:
Lançamento oficial da emissão postal especial comemorativa "Bicentenário da Confederação do Equador"
Data: 2 de julho (terça-feira)
Horário: 10h
Local: Centro Cultural Eufrásio Barbosa - Olinda.
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