terça-feira, 9 de julho de 2024

INQUÉRITO DA PF REVELA DESTINO DO DINHEIRO DAS JÓIAS SAUDITAS VENDIDAS POR BOLSONARO

Inquérito da PF revela finalidade do dinheiro das joias sauditas vendidas por auxiliares de Bolsonaro
O dinheiro das joias sauditas, vendidas ilegalmente por auxiliares do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), entrou para o patrimônio do ex-mandatário e serviu para custear as despesas dele e da família nos Estados Unidos, em 2023. É o que aponta o inquérito da Polícia Federal (PF) enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF). 

"Identificou-se, ainda, que os valores obtidos dessas vendas eram convertidos em dinheiro em espécie e ingressavam no patrimônio pessoal do ex-presidente da República, por meio de pessoas interpostas e sem utilizar o sistema bancário formal, com o objetivo de ocultar a origem, localização e propriedade dos valores", afirmou a PF no documento. 
O material, que teve o sigilo retirado, nesta segunda-feira (8), pelo ministro Alexandre de Moraes, relata ainda que o ex-mandatário não movimentou as contas correntes durante o período em que permaneceu em solo americano.

"Desta forma, a análise contextualizada das movimentações financeiras de Jair Messias Bolsonaro no Brasil e nos Estados Unidos, demonstra que o ex-presidente, possivelmente, não utilizou recursos financeiros depositados em suas contas bancárias no Banco do Brasil e no BB América para custear seus gastos durante sua estadia nos Estados Unidos, entre os dias 30 de dezembro de 2022 e 30 de março de 2023", informa.
As joias sauditas que deveriam ter sido integradas ao acervo público, foram “usadas para fins pessoais e políticos, desviando-se das funções institucionais a que deveriam servir”.

“Identificou-se, em acréscimo, que os valores obtidos dessas vendas eram convertidos em dinheiro em espécie e ingressavam no patrimônio pessoal do ex-presidente da República, por meio de pessoas interpostas e sem utilizar o sistema bancário formal, com o objetivo de ocultar a origem localização e propriedade dos valores", acrescenta a PF.
A Polícia Federal indica que houve uso indevido de recursos e estrutura do Estado para promover interesses pessoais e políticos do ex-presidente e de seus aliados. Outros recursos como veículos oficiais e segurança foram utilizados para fins que não se alinham com as funções públicas, sendo a ação configurada como abuso de poder e desvio de finalidade. 

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