NA LUPA 🔎
BLOG DO EDNEY
Por Edney Souto
PT Busca Indicar Vice de João Campos e Fortalece Candidaturas na Região Metropolitana do Recife
Uma Mudança Histórica no Recife
Pela primeira vez em 24 anos, o Partido dos Trabalhadores (PT) não lançará candidatura própria à prefeitura do Recife. A decisão de apoiar a reeleição do atual prefeito, João Campos (PSB), marca uma mudança estratégica significativa para o partido, que historicamente teve forte presença política na capital pernambucana. Campos lidera as intenções de voto com 75%, segundo o Datafolha, e enfrentará adversários como Gilson Machado (PL), ex-ministro do Turismo do governo Bolsonaro.
A Disputa pela Vice-Candidatura
Na aliança com o PSB, o PT está em busca de garantir a vaga de vice na chapa de João Campos. Inicialmente, dois nomes foram considerados para essa posição: o deputado federal Carlos Veras e o médico Mozart Sales, ex-deputado que até recentemente ocupava um cargo no governo federal. Nos últimos dias, Veras decidiu retirar sua candidatura, deixando Sales como principal candidato do PT para a vice. No entanto, o PSB, por meio de movimentações do próprio prefeito, tem sinalizado que pode escolher um nome de outro partido de centro-esquerda, como forma de ampliar sua base de apoio.
Tensão e Expectativas
Essa incerteza tem gerado tensão dentro do PT. "Nós estamos na expectativa para que o PT possa compor a chapa majoritária e, com isso, a gente manter aqui no Recife o mesmo alinhamento político que temos a nível nacional, em que Lula é presidente pelo PT, e Alckmin pelo PSB. Esse é o cenário que, na minha opinião, seria o ideal para unificar a esquerda no enfrentamento ao fascismo," afirmou Doriel Barros, deputado estadual e presidente do PT em Pernambuco.
Histórico de Governança e Desafios Internos
O PT governou o Recife por três mandatos consecutivos no início dos anos 2000, começando com João Paulo, que atualmente é deputado estadual e governou a cidade por dois mandatos. Ele foi sucedido por João da Costa em 2008. No entanto, a transição de Costa foi tumultuada, com disputas internas que enfraqueceram o partido nas eleições de 2012. Naquele ano, o PSB, sob a liderança do então governador Eduardo Campos, conseguiu eleger Geraldo Júlio no primeiro turno, com 51,15% dos votos válidos.
Desde então, o PT tem lutado para recuperar sua posição de destaque no Recife. A cientista política Priscila Lapa comentou sobre os desafios enfrentados pelo partido: "Desde então, o partido pena, comete erros estratégicos, da própria legenda, e não consegue construir uma unidade para que possa tomar as melhores decisões."
Reorganização na Região Metropolitana
Enquanto perde força na capital, o PT tem se reorganizado na Região Metropolitana do Recife, apostando em figuras tradicionais da política local. Em Jaboatão dos Guararapes, o partido conta com Elias Gomes, enquanto em Paulista, a aposta é em Yves Ribeiro. Ambos são recém-filiados ao PT, com passagens por partidos como MDB e PSDB. Em Olinda, o partido mantém sua identidade com a candidatura do jovem vereador Vinícius Castelo, um histórico militante do PT.
"O PT tem um ambiente de possibilidade de crescimento aqui na Região Metropolitana. É claro que o momento que estamos vivendo, com o governo Lula, potencializa essas nossas pré-candidaturas, além de várias pré-candidaturas proporcionais," destacou Doriel Barros.
Estratégias e Alianças
A aliança entre PT e PSB enfrenta desafios tanto à direita quanto à esquerda. Além de Gilson Machado (PL), que representa a extrema direita, a chapa deve enfrentar Daniel Coelho (PSD), ex-secretário da governadora Raquel Lyra, e a deputada estadual Dani Portela (PSOL). Portela, que possui 6% nas intenções de voto segundo o Datafolha, disputa a vaga dentro da federação partidária com o deputado federal Túlio Gadelha (Rede), que tem 3% das intenções de voto.
Outros candidatos incluem Tecio Teles (Novo) e Simone Fontana (PSTU), ambos com 1% nas intenções de voto. "Esse debate político de que a gente precisa eleger representantes que tenham compromisso com as políticas públicas, com a democracia, que seja contra o fascismo, é algo que estará muito forte na disputa deste ano," concluiu Barros.
Unindo Forças para Enfrentar Desafios
O PT se encontra em um momento crucial de redefinição estratégica no Recife, buscando fortalecer suas candidaturas na Região Metropolitana e assegurar sua relevância política em um cenário desafiador. A esperança de compor a chapa majoritária com João Campos reflete o desejo de unir a esquerda e enfrentar a extrema direita na cidade. Com um histórico de governança na capital e novas apostas em figuras tradicionais e militantes, o partido busca um caminho para recuperar seu protagonismo político e continuar influenciando o futuro do Recife e da Região Metropolitana.
Nenhum comentário:
Postar um comentário