segunda-feira, 22 de julho de 2024

Na Lupa, Segunda, 22/07/2024, Blog do Edney

NA LUPA 🔎 
BLOG DO EDNEY 


Por Edney Souto


ALGUMAS REVIRAVOLTAS E MAIS ALGUMAS POSSÍVEIS NAS ELEIÇÕES MUNICIPAIS DE PERNAMBUCO 

As eleições municipais estão chegando e, com elas, uma série de surpresas que têm mudado drasticamente o cenário político em várias cidades de Pernambuco. Pelo menos três prefeitos, enfrentando desafios distintos e complexos, optaram por não disputar a reeleição. Wellington Maciel de Arcoverde, Yves Ribeiro de Paulista e Erik Lessa de Caruaru são os nomes que decidiram "pendurar as chuteiras", abrindo espaço para novos protagonistas na política local.


Arcoverde: A Queda de Popularidade de Wellington Maciel

Em Arcoverde, Wellington Maciel viveu um cenário de intensa polarização política. A cidade se dividiu entre os candidatos Zeca Cavalcanti (UB) e Madalena (PSB), deixando Maciel em uma posição fragilizada. Inicialmente, como prefeito em exercício, esperava-se que ele fosse a primeira escolha para muitos eleitores. No entanto, sua popularidade foi diminuindo, e ele se tornou uma terceira via com poucas chances de sucesso. Esse declínio foi evidenciado em pesquisas que mostravam seu apoio caindo para menos de 10%, um número preocupante para qualquer político em busca de reeleição.

Poucos dias antes de anunciar sua desistência, Maciel observou seus números despencarem, reforçando a percepção de que sua candidatura era inviável. A decisão de não disputar novamente veio como uma resposta às dificuldades enfrentadas e à polarização intensa entre seus principais oponentes.


Paulista: Yves Ribeiro e a Crise de Gestão

A situação de Yves Ribeiro em Paulista foi igualmente complicada, mas por razões diferentes. Eleito em 2020 pelo PT, Yves viu seu mandato ser marcado por uma série de problemas e insatisfações. Muitos dos aliados que o apoiaram em sua eleição se distanciaram, discordando da maneira como a cidade vinha sendo administrada. Essa gestão problemática colocou Paulista entre as cidades com piores avaliações no estado.

A desistência de Yves, anunciada ontem, foi justificada por problemas de saúde. No entanto, é inegável que sua decisão também foi influenciada pela ascensão tranquila de seu principal adversário, o ex-prefeito Junior Matuto. Matuto, ao contrário de Yves, vinha ganhando força e apoio, tornando sua candidatura praticamente imbatível.

A filiação de Yves ao PT já havia sido controversa desde o início. Na época, o partido tinha em mente outro nome para a disputa, a vereadora Flávia Hellen, ligada à senadora Teresa Leitão. Com a saída de Yves, é provável que o PT recorra a um nome conhecido, o ex-deputado Sérgio Leite, que até então estava concorrendo a uma vaga na Câmara Municipal. Essa mudança pode ser uma tentativa de recuperar terreno e apresentar uma candidatura mais forte e menos desgastada.


Caruaru: A Estratégia de Erik Lessa

Em Caruaru, a decisão de Erik Lessa de não disputar a prefeitura foi igualmente estratégica. Filiado ao Republicanos, Lessa enfrentava uma disputa altamente polarizada. De um lado, Rodrigo Pinheiro contava com o apoio da governadora, e do outro, José Queiroz tinha o suporte do prefeito João Campos e do presidente Lula. Em meio a esses dois nomes de peso, Lessa viu suas chances de sucesso diminuírem drasticamente.

Silvio Costa Filho, embora ministro no governo Lula, ainda não possuía a densidade política necessária para apadrinhar Lessa em uma disputa tão acirrada. Reconhecendo a dificuldade de vencer nessa conjuntura, Lessa optou por apoiar José Queiroz, com a possibilidade de ser seu vice na chapa. Essa aliança pode fortalecer a posição de Queiroz e garantir a Lessa um papel significativo na próxima administração, mesmo sem ocupar o cargo de prefeito.

Petrolina: A Incógnita de Júlio Lóssio

Em Petrolina, a dúvida recai sobre a candidatura de Júlio Lóssio. Considerado o adversário mais competitivo contra o atual prefeito Simão Durando, Lóssio enfrenta uma batalha pessoal contra o câncer. Seu tratamento pode ser um impedimento significativo para sua participação ativa na campanha eleitoral. Diante dessa situação, há especulações de que ele possa passar o bastão para Guilherme Coelho, outro nome forte que pode enfrentar Durando com chances reais de sucesso. Essa mudança potencial no cenário de Petrolina ainda está cercada de incertezas e expectativas.


Garanhuns: O Desgaste de Izaías Régis

Em Garanhuns, a situação do deputado e ex-prefeito Izaías Régis também é delicada. Apesar de sua experiência e presença política, suas intenções de voto não saem da casa de um dígito, refletindo uma rejeição significativa do eleitorado. Essa dificuldade é exacerbada pela alta aprovação do atual prefeito, Sivaldo Albino, que tem mais de 50 pontos percentuais de vantagem sobre Régis. A decisão de Régis sobre sua candidatura ainda é uma incógnita, mas os números atuais sugerem que ele enfrentará grandes obstáculos se decidir entrar na disputa.


Custódia: A Reviravolta com Marcílio Ferraz

Em um movimento inesperado, Marcílio Ferraz retirou sua pré-candidatura à prefeitura de Custódia, no Sertão do Moxotó, lançando o cenário político local em uma fase de incerteza e especulação. A retirada de Marcílio deixa a oposição em desvantagem, com Luciara de Nemias, do PSB, como a única figura de destaque. Entretanto, a dinâmica política de Custódia pode estar prestes a mudar novamente.

Informações da imprensa local indicam que Marcílio pode estar se alinhando com o pré-candidato governista Messias do Dnocs, em uma articulação conduzida junto ao atual prefeito Manuca. A decisão de Marcílio de possivelmente apoiar um candidato governista que antes criticava severamente não só surpreende, mas também fragmenta a base da oposição. Seus seguidores agora enfrentam a difícil tarefa de reconciliar a promessa de uma pré-campanha até o fim com uma repentina mudança de estratégia.

Esta reviravolta cria um cenário político incerto e dinâmico em Custódia, com a possibilidade de novas alianças e confrontos nas próximas semanas.

O Futuro das Eleições Municipais em Pernambuco

Com as convenções partidárias já iniciadas e o prazo para definições se estendendo até o dia 5 de agosto, as próximas semanas serão cruciais para o cenário político em Pernambuco. As desistências de Wellington Maciel, Yves Ribeiro e Erik Lessa, bem como as incertezas em Petrolina e Garanhuns, e a movimentação inesperada em Custódia, reconfiguram as disputas locais e sinalizam uma mudança nas estratégias dos partidos e candidatos envolvidos.

Em Arcoverde, a polarização entre Zeca Cavalcanti e Madalena pode se intensificar, enquanto em Paulista, o PT precisará decidir rapidamente sobre seu novo candidato para enfrentar Junior Matuto. Em Caruaru, a aliança entre Lessa e Queiroz pode ser um fator decisivo para o resultado final da eleição. Em Petrolina, a possível desistência de Lóssio poderá abrir caminho para Guilherme Coelho, e em Garanhuns, a baixa popularidade de Régis pode inviabilizar sua candidatura. Em Custódia, a aliança de Marcílio Ferraz com Messias do Dnocs pode transformar o cenário político de maneira imprevisível.

Essas mudanças refletem a dinâmica e a volatilidade da política municipal, onde alianças, desistências e estratégias podem alterar drasticamente o rumo das eleições. Acompanhar esses desenvolvimentos será fundamental para entender o futuro político de Pernambuco e as novas lideranças que emergirão dessas disputas.

Nenhum comentário: