O acionamento da bandeira vermelha patamar 2 terá um impacto direto e significativo nas contas de energia. Economistas projetam que a elevação nas tarifas pode variar entre 10% e 13% neste mês, com a variação dependente do consumo médio de cada consumidor. Para um padrão residencial, por exemplo, o acréscimo pode resultar em um aumento de R$ 7,877 por 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos, traduzindo-se em um aumento médio de R$ 16 em uma conta mensal de 200 kWh, que passaria de R$ 147 para R$ 163.
A alta na conta de luz, com seus reflexos sobre a inflação, é uma preocupação adicional. A inflação acumulada em 12 meses até julho já estava em 4,5%, no teto da meta estabelecida pelo Banco Central, que é de 3% com um piso de 1,5% e um teto de 4,5%. A previsão para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2024, segundo o Boletim Focus, já subiu para 4,26%, refletindo um aumento consecutivo por sete semanas, sem ainda contabilizar o impacto da nova bandeira.
Os economistas têm opiniões divergentes sobre a magnitude do impacto da bandeira vermelha patamar 2. Homero Guizzo, economista da Terra Investimentos, prevê um aumento de 13% no preço da energia para setembro, o que adicionaria 0,52 ponto percentual ao IPCA deste mês, com a expectativa de que o índice de inflação feche setembro em 0,72%. Em contraste, Mateus Cavaliere, responsável pela área de inteligência da PSR Consultoria, estima uma elevação média de cerca de 10% na conta de luz, enquanto Luis Otávio Leal, economista-chefe da G5 Partners, projeta um aumento de 12% e acredita que a bandeira não retornará ao nível verde ainda este ano. Leal sugere que, no melhor cenário, a bandeira poderia mudar para o nível amarelo até o final do ano, o que ainda implicaria um aumento de 3% em relação ao patamar verde, com a possibilidade de o IPCA superar o teto da meta.
Maikon Perin, especialista da Ludfor Energia, observa que, apesar dos preços elevados no mercado livre de energia em comparação com períodos anteriores, o acionamento da bandeira vermelha patamar 2 pode acelerar a migração de consumidores para esse ambiente de negociação mais competitivo. Essa mudança pode ser vista como uma tentativa de otimizar custos em um cenário de tarifas elevadas e incertezas econômicas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário