BOMBA - AUDITORIA DO TCU CONFIRMA QUE PREFEITO DE SÃO BENTO DO UNA DESVIOU DINHEIRO DA SAÚDE

A cidade de São Bento do Una, no Agreste de Pernambuco, se vê no centro de uma investigação que envolve desvio de verbas da saúde, conforme apontado por uma auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU). O parecer técnico, resultado do Processo TC 021.751/2024-2, revelou que mais de R$ 265 mil, que deveriam ser destinados à saúde pública do município, foram utilizados para fins diversos como festas, apresentações artísticas, pagamento de multas veiculares, fogos de artifício e até compra de picolés. Esses recursos, que originalmente deveriam ser aplicados na melhoria dos serviços de saúde, acabaram sendo redirecionados para eventos e outras despesas sem relação com o setor.

A situação se agrava diante da falta de infraestrutura adequada na saúde pública local. Nas redes sociais, relatos de moradores sugerem uma realidade alarmante. Um dos casos mais tristes envolve a morte de uma criança de menos de três anos, que foi atendida diversas vezes no Hospital Municipal Dr. José Antônio de Siqueira Neto, sempre recebendo o mesmo diagnóstico: "gripe". Quando a família finalmente conseguiu levá-la a uma clínica particular, descobriu-se que a criança sofria de uma pneumonia grave. Apesar da tentativa de transferência para um hospital em Caruaru, o óbito não pôde ser evitado.

Outro caso de comoção local envolve uma gestante que teve sua gravidez interrompida após o hospital adiar repetidamente a realização de uma cesárea, apesar dos sinais claros de risco. Ainda, uma outra criança recém-nascida precisou de uma intervenção de urgência feita por uma pediatra particular para sobreviver, após o atendimento dos médicos plantonistas falhar em identificar a gravidade do quadro.

Esses episódios geram revolta entre os munícipes, que veem o desvio de verbas como um dos fatores por trás da precariedade dos serviços de saúde oferecidos na cidade. O prefeito Alexandre Batité e a secretária de Saúde, Dalma Noely, estão sendo investigados pelo TCU, e o processo está sob relatoria do ministro Benjamin Zymler. Caso a decisão final confirme as irregularidades, ambos podem ser obrigados a devolver os valores desviados e a pagar multas. Enquanto isso, a indignação cresce e os relatos de falta de atendimento adequado continuam a circular, retratando a insatisfação popular diante da gestão municipal e a sua relação com a saúde pública.