quinta-feira, 26 de setembro de 2024

HORÁRIO DE VERÃO PREVÊ ECONOMIA DE ATÉ R$ 400 MILHÕES EM 5 MESES

A discussão sobre a adoção do horário de verão no Brasil ganha novos contornos com a divulgação de uma nota técnica pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), que aponta para uma possível redução significativa no consumo de energia elétrica durante o período mais quente do ano. O estudo estima que a adoção do horário de verão, entre os meses de outubro e fevereiro, poderia resultar em uma queda de até 2,9% na demanda máxima de energia no Sistema Interligado Nacional (SIN), o que representaria uma economia de aproximadamente R$ 400 milhões.

Segundo o documento, a mudança no horário pode gerar uma redução nos custos com combustíveis para usinas termoelétricas, variando entre R$ 244 milhões e R$ 356 milhões, dependendo das condições hidrológicas. Esses valores refletem os cenários de melhor e pior desempenho no período entre outubro de 2024 e fevereiro de 2025. A economia seria ainda mais significativa quando considerada a reserva de capacidade do sistema. Com base nos dados do Leilão de Reserva de Capacidade de 2021, o ONS projeta uma economia de até R$ 1,8 bilhão ao ano em receitas fixas pagas aos empreendimentos de geração.

O horário de verão se mostra particularmente eficaz nos momentos de maior demanda energética, especialmente entre 18h e 20h. Esse intervalo é crítico para o sistema elétrico, pois coincide com o fim da geração de energia solar e um pico no consumo residencial e comercial. O ONS observa que os subsistemas das regiões Sudeste/Centro-Oeste e Sul, além do SIN como um todo, tendem a se beneficiar dessa medida, já que ela reduz a pressão sobre o sistema nesses horários. Essa mudança proporciona maior flexibilidade operacional e ajuda a evitar o acionamento de usinas mais caras e poluentes, como as termoelétricas movidas a combustível fóssil.

Por outro lado, o estudo do ONS também destaca que a adoção do horário de verão não tem impacto relevante na carga média diária de consumo em outros horários, revelando uma eficiência limitada. No entanto, o impacto positivo é observado em dias úteis, sábados e domingos, especialmente à noite, quando há uma demanda máxima.

A discussão sobre a volta do horário de verão, interrompido em 2019, ganhou força recentemente, impulsionada por debates sobre a necessidade de maior eficiência energética e de estratégias para enfrentar as mudanças climáticas. A economia de recursos e a melhoria na gestão do consumo energético são pontos que podem influenciar uma eventual decisão para reinstaurar a prática no país.

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