A disputa eleitoral pela Prefeitura do Recife entre João Campos (PSB) e Gilson Machado (PL) ganhou um novo capítulo após uma decisão da Justiça Eleitoral. Na terça-feira, dia 17 de setembro, Gilson Machado foi penalizado com a perda de tempo em seu guia eleitoral devido à veiculação de propagandas consideradas como “acusações sem provas” relacionadas ao programa público-privado "Infância na Creche", criado pela gestão de João Campos.
A punição imposta pela juíza Nicole de Farias Neves, da 4ª Zona Eleitoral, estabeleceu que Gilson perdeu 38 minutos do seu tempo de propaganda, que foram transferidos como direito de resposta para João Campos. Em consequência, o candidato bolsonarista terá apenas cinco segundos por guia eleitoral nas próximas semanas, restando-lhe, por dia, um total de apenas dez segundos nos programas regulares, uma redução significativa em seu tempo de campanha na TV e no rádio.
A decisão judicial baseia-se no entendimento de que houve "descontextualização" das denúncias contra o programa "Infância na Creche", associadas a uma "nítida adulteração de sentido" com o objetivo de implicar João Campos em atos criminosos sem provas concretas. A Justiça Eleitoral já havia determinado que Gilson Machado não deveria mais veicular qualquer tipo de publicidade relacionada ao tema sob pena de multa de R$ 50 mil por veiculação, porém o candidato insistiu nas acusações.
Mesmo enfrentando essas restrições, Gilson Machado se manifestou fortemente nas redes sociais, acusando a decisão de censura prévia e comparando o que chamou de "silenciamento" de sua campanha ao que ocorre na Venezuela. Ele declarou que, apesar de não poder mais tratar do assunto nos guias eleitorais, seus apoiadores continuariam discutindo o tema nas redes sociais, sugerindo um "esquema" relacionado ao programa de creches na gestão de Campos.
A sanção de perda de tempo no guia eleitoral representa um golpe significativo para a campanha de Gilson Machado, principalmente no momento em que as campanhas se intensificam e o tempo de exposição nas mídias se torna crucial para conquistar eleitores. João Campos, por outro lado, ganha um espaço valioso para defender seu programa e sua gestão, utilizando o tempo que seria de seu adversário para reverter as acusações e reforçar suas propostas.
A troca de acusações e a forte judicialização da campanha no Recife demonstram como a corrida eleitoral na capital pernambucana está polarizada, com uma disputa acirrada entre os dois principais candidatos. As decisões judiciais e o impacto das redes sociais desempenham um papel central em como as campanhas estão sendo conduzidas, com ambos os lados buscando maximizar sua visibilidade e controlar as narrativas que envolvem suas candidaturas. Enquanto João Campos celebra a decisão, Gilson Machado e seus apoiadores tentam driblar as limitações impostas pela Justiça Eleitoral e manter suas críticas à gestão do atual prefeito em evidência, mesmo com o tempo reduzido na mídia tradicional.
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