sexta-feira, 20 de setembro de 2024

MINISTÉRIO RECOMENDA VOLTA DO HORÁRIO DE VERÃO

O Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE), um órgão vinculado ao Ministério de Minas e Energia, anunciou na última quinta-feira (19 de setembro de 2024) sua proposta para a reintrodução do horário de verão no Brasil. A decisão surge em um contexto crítico de seca, que tem impactado significativamente os reservatórios das hidrelétricas, fundamentais para a matriz energética do país. Durante uma reunião extraordinária realizada na sede do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), no Rio de Janeiro, o comitê discutiu as implicações da seca e as estratégias necessárias para preservar o sistema elétrico.

Presidido pelo ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, o CMSE considera a medida uma resposta técnica e fundamentada à atual crise hídrica. Segundo Silveira, a recomendação para a retomada do horário de verão foi baseada em análises científicas e dados técnicos apresentados pelo ONS. A proposta visa principalmente mitigar os efeitos da seca nos horários de pico de consumo, quando a demanda por eletricidade é mais intensa. A ausência de água suficiente nos reservatórios leva a uma maior dependência de usinas térmicas, que são mais caras e menos sustentáveis, aumentando os custos para o sistema.

Embora a decisão sobre a implementação do horário de verão fique a cargo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o ministro já teve conversas iniciais sobre o assunto com o mandatário. Lula enfatizou que qualquer ação deve ser respaldada por uma base técnica sólida, considerando a ciência e um planejamento estratégico a longo prazo. A expectativa é que uma decisão seja anunciada em até dez dias, e Silveira esclareceu que não será necessário apresentar um projeto de lei ou uma medida provisória para a reintrodução do horário de verão, bastando um decreto presidencial.

A proposta do ONS sugere que a adoção do horário de verão poderia resultar em uma economia significativa, estimada em até R$ 400 milhões, uma vez que reduziria a necessidade de acionar usinas térmicas em períodos de alta demanda. A previsão é de que essa economia aconteça em virtude da diminuição da demanda de 2,5 GW que, em tempos normais, requer o uso de fontes térmicas de energia. Além disso, a mudança ajudaria a equilibrar a pressão sobre o sistema elétrico durante o início da noite, momento em que a geração solar cessa e a demanda por eletricidade continua a subir.

A volta do horário de verão, que não ocorre desde 2019, pode ser vista como uma medida estratégica para lidar com os desafios atuais do setor elétrico brasileiro. As autoridades esperam que, além da economia financeira, a reintrodução do horário possa trazer benefícios adicionais à sustentabilidade do sistema, reduzindo a pressão sobre as fontes de energia e contribuindo para um uso mais eficiente da eletricidade. A discussão sobre a medida segue em andamento, com a comunidade energética e a população atenta às próximas definições do governo.

Nenhum comentário: