A política em Arcoverde enfrenta um abalo significativo com o afastamento de mais um nome de peso na disputa para a Câmara de Vereadores. Nesta terça-feira, a ex-vereadora Zirleide Monteiro apresentou formalmente sua renúncia à candidatura pelo Partido Progressista (PP), somando-se a outros quatro candidatos que também abriram mão de suas campanhas. A decisão, tomada no Cartório Eleitoral da 57ª Zona, pode comprometer a viabilidade legal da legenda para as eleições de outubro, devido ao descumprimento da Lei das Eleições.
O abandono de Zirleide Monteiro, reconhecida pela sua atuação firme no legislativo e pelo legado de participação ativa na vida pública de Arcoverde, reflete um momento de crise interna dentro do PP. Fontes próximas à ex-vereadora afirmam que a decisão foi motivada por seu descontentamento com a maneira como a campanha vem sendo conduzida, destacando uma falta de apoio financeiro por parte da legenda e a distribuição desigual de recursos, com favoritismos que teriam enfraquecido candidaturas menos prestigiadas.
A renúncia de Zirleide, no entanto, transcende o fator individual e impõe sérias implicações à chapa do PP. Com a saída de sua única candidata mulher, a chapa desrespeita a Lei das Cotas de Gênero, que obriga as coligações e partidos a destinarem ao menos 30% de suas candidaturas para mulheres. Agora, restam apenas candidatos masculinos como Everaldo Lira, Paulinho Wanderley, Bolinho, Jarbas Oliveira e Romero Pacheco, o que pode inviabilizar legalmente a legenda de disputar as eleições no próximo mês. Sem a presença de candidaturas femininas, a estrutura política do partido enfrenta um colapso iminente.
Zirleide não é a primeira a renunciar. Antes dela, o ex-secretário de Saúde Isaac Sales, a ex-secretária Executiva Telma Jeane, além de Junior Mendes e Nayara Siqueira, já haviam abdicado de suas candidaturas. A alegação comum entre eles é a falta de suporte partidário, um fator que, somado à desigualdade de recursos, tornou a continuidade de suas campanhas insustentável.
A implosão da chapa progressista em Arcoverde sugere uma falha estrutural na condução das campanhas e no suporte oferecido aos seus candidatos, colocando em risco não apenas a eleição de vereadores, mas a própria imagem e legitimidade do partido na cidade. Com a renúncia de Zirleide Monteiro, uma voz ativa e respeitada no município, o PP se vê diante de uma encruzilhada, e a falta de respostas concretas sobre a condução do processo eleitoral pode ser o último golpe para a legenda na corrida política deste ano.
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