Durante uma live que ecoou fortemente no cenário político pernambucano, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) não se furtou a expor o conflito interno que atravessa o Partido Liberal no Recife. Suas palavras, carregadas de críticas, miraram diretamente o comando da legenda no estado, ao mesmo tempo em que endossava Gilson Machado, seu ex-ministro, como o nome que representa seus valores e pediu votos tanto para ele quanto para Gilson Filho, candidato a vereador. Essa manifestação explícita de apoio acentuou o racha existente, revelando ao público uma "guerra fria" dentro do partido, onde os dois lados começam a se distanciar de maneira cada vez mais visível.
Por um lado, Bolsonaro declara-se como parte de um grupo que está em desacordo com a liderança estadual da legenda, controlada por Valdemar da Costa Neto e pela família Ferreira. Do outro, há um núcleo que, em meio ao tensionamento, tenta manter o controle e a coesão do partido em meio a esse embate de forças. A situação, que já vinha deteriorando desde a eleição de 2022, agora chega ao ápice com a ruptura pública, deixando claro que a relação entre Gilson e os Ferreira está cada vez mais insustentável.
Com a base bolsonarista dividida, o que se vê é a fragmentação de um eleitorado que, outrora, parecia coeso. À medida que essa divisão avança, o espectro da direita em Pernambuco se fragmenta, abrindo espaço para que outras figuras e palanques capitalizem esse eleitorado desorientado. Assim, o cenário político recifense entra em uma nova fase, onde o que era sólido, se dissolve, e as incertezas aumentam, tanto para o futuro do PL quanto para o próprio bolsonarismo no estado.
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