Na última sexta-feira (27), a cidade de Amajari, em Roraima, foi marcada por uma tragédia que abalou o cenário político local. Antônio Etelvino Almeida, popularmente conhecido como Toinho da Aderr, candidato à prefeitura do município pelo Partido Republicano Democrático (PRD), faleceu após ser vítima de um atentado a tiros. Aos 66 anos, Toinho foi alvo de um ataque violento que chocou a população e trouxe à tona questões sobre a segurança e a violência no interior do estado.
O atentado ocorreu na terça-feira (24), enquanto Toinho descansava em um sítio nos arredores de Amajari, uma propriedade pertencente a amigos da família. De acordo com relatos de sua esposa, um homem invadiu o local durante a madrugada, chamou pelo nome de Toinho e disparou pelo menos 12 vezes contra o candidato. O impacto dos tiros foi devastador. Toinho foi atingido por quatro disparos, sendo imediatamente socorrido e encaminhado para um hospital na capital, Boa Vista, onde passou por uma cirurgia de emergência. Apesar dos esforços médicos, o quadro clínico de Toinho se agravou, e ele não resistiu aos ferimentos. A causa oficial de sua morte inclui, além dos ferimentos a bala, complicações como hipercalemia, que indica um excesso perigoso de potássio no sangue, e acidose metabólica refratária, uma condição severa que prejudica a função dos órgãos.
Durante o tempo em que esteve internado, Toinho demonstrava sinais de força. Ele chegou a conversar com sua esposa, mesmo após o ataque, relatando o momento terrível que enfrentou. Contudo, o estado de saúde do candidato foi se deteriorando ao longo dos dias, culminando em seu falecimento na sexta-feira. A notícia de sua morte repercutiu em Amajari e nas redes sociais, onde figuras públicas expressaram pesar. Núbia Lima, prefeita do município e candidata à reeleição pelo Progressistas (PP-RR), usou suas redes sociais para lamentar a perda. Núbia, que era adversária política de Toinho nas próximas eleições, expressou condolências à família e amigos, destacando o momento de dor pelo qual todos estão passando.
A morte de Toinho trouxe perplexidade e revolta à pequena cidade de Amajari, que tem uma população inferior a 10 mil habitantes. O crime foi registrado pela Polícia Militar como tentativa de homicídio, e as investigações continuam em andamento. Até o momento, nenhum suspeito foi preso. A esposa de Toinho, contudo, já manifestou à polícia suas suspeitas sobre quem poderia estar envolvido no crime, mas o autor do ataque ainda não foi oficialmente identificado. A motivação do atentado permanece incerta, gerando especulações em torno de possíveis motivações políticas ou pessoais.
O falecimento do candidato interrompeu abruptamente uma campanha que tinha grande projeção entre os eleitores locais. Toinho era uma figura conhecida e respeitada na região, com uma trajetória política consolidada. Ele buscava, mais uma vez, liderar o município com propostas que visavam o desenvolvimento local, o que aumentava a expectativa para as eleições que se aproximam. Agora, com sua morte, a corrida eleitoral em Amajari toma um novo rumo, enquanto a cidade lida com o luto e a perplexidade diante de um crime tão brutal.
O caso de Toinho da Aderr não é isolado, e reforça a preocupação com a escalada de violência contra políticos no Brasil, especialmente em regiões mais afastadas dos grandes centros urbanos, onde as disputas políticas, por vezes, resultam em tragédias. Com a investigação ainda em curso e sem um culpado definido, a comunidade aguarda respostas, enquanto busca conforto e segurança em meio ao clima de incertezas.
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