quinta-feira, 3 de outubro de 2024

LÓSSIO SATIRIZA FALA DE FBC

Nesta terça-feira, o cenário eleitoral de Petrolina ganhou mais um capítulo marcado pelo embate entre dois protagonistas da política local. O médico e candidato a prefeito, Júlio Lóssio, conhecido por sua habilidade em transformar momentos de disputa em episódios de sátira e crítica ácida, não deixou passar a recente declaração do ex-senador Fernando Bezerra Coelho. Durante o programa eleitoral do atual prefeito e candidato à reeleição, Simão Durando, Fernando pediu que a população garantisse a vitória de Durando no primeiro turno. Em seu pedido, Bezerra justificou a urgência da eleição com um apelo pessoal, mencionando que essa vitória seria fundamental para que seu filho, Miguel Coelho, pudesse avançar em sua própria candidatura ao Senado e, assim, representar o município de Petrolina.

A resposta de Júlio Lóssio veio de forma rápida e afiada, e fez ecoar um questionamento recorrente em sua trajetória política. Para Lóssio, Fernando Bezerra Coelho é um político que, historicamente, prioriza a ascensão de sua família nas esferas de poder, em detrimento das necessidades da população. Ao comentar a declaração de Fernando, Lóssio ironizou: "Fernando é assim. Pede sempre pelos filhos ao povo de Petrolina e eu pergunto: quando ele vai pedir pelos filhos de nossa população e não pelos seus?"

A fala de Lóssio não apenas reflete um sarcasmo habitual em suas críticas, mas também carrega uma mensagem subliminar que busca tocar no ponto mais sensível das campanhas políticas de Petrolina: o desgaste das sucessivas gestões da família Coelho. O médico, que já foi prefeito da cidade, vem construindo sua campanha com uma narrativa que confronta a hegemonia dos Coelho no cenário político local, uma dinastia que parece se renovar a cada ciclo eleitoral. Fernando Bezerra, com uma longa trajetória política que passa por cargos no executivo e legislativo, e seu filho Miguel, ex-prefeito de Petrolina e agora candidato ao Senado, representam a continuidade de um projeto político familiar que Lóssio faz questão de criticar abertamente.

A resposta de Lóssio também reflete a polarização que domina o debate eleitoral em Petrolina. De um lado, a chapa encabeçada por Simão Durando, diretamente apoiada por Fernando Bezerra e Miguel Coelho, aposta na continuidade administrativa e no discurso de modernização da cidade. Do outro, a candidatura de Júlio Lóssio tenta recuperar o terreno perdido, com um discurso focado em mudanças, mas também na necessidade de romper com o domínio de uma mesma família no controle da política local.

O comentário de Lóssio, ao tocar nesse ponto, traz à tona uma insatisfação silenciosa de parte da população, que se sente excluída de um processo político em que as decisões são vistas como concentradas nas mãos de poucos. A retórica do médico, ao indagar quando Fernando Bezerra Coelho irá se preocupar com os “filhos de nossa população”, evidencia uma tentativa de vincular a candidatura de Durando a uma continuidade que serve, principalmente, aos interesses de uma elite política local. É uma mensagem clara: a vitória de Simão Durando, nas palavras de Lóssio, serviria mais para garantir a escalada política de Miguel Coelho do que para resolver as questões cotidianas de Petrolina.

Essa troca de farpas revela muito sobre a dinâmica eleitoral na cidade, onde a narrativa de poder se confunde com a estrutura familiar dos principais candidatos. Enquanto Fernando Bezerra Coelho e seu clã trabalham para manter sua influência em múltiplas frentes – seja no executivo municipal ou nas esferas federais –, Júlio Lóssio tenta se posicionar como a alternativa, não apenas política, mas simbólica, para uma mudança real no cenário de Petrolina.

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