quinta-feira, 3 de outubro de 2024

VALDEMAR COSTA NETO DIZ QUE PARTIDO JÁ GASTOU R$ 1 BI DO FUNDO ELEITORAL

Valdemar Costa Neto, presidente do PL, declarou recentemente que o partido já utilizou quase todo o valor recebido do Fundo Eleitoral no primeiro turno das eleições municipais de 2024. O PL, que teve direito a pouco mais de R$ 886 milhões, gastou a totalidade desse montante e ainda recorreu a cerca de R$ 50 milhões do fundo partidário para reforçar seu orçamento. Com isso, o gasto total da legenda chegou a aproximadamente R$ 950 milhões, gerando preocupações sobre a capacidade de financiar as campanhas no segundo turno.

O presidente do partido, que enfrenta agora um cenário de incerteza financeira, admitiu que o PL terá "muita dificuldade com dinheiro no segundo turno". Valdemar associou essa dificuldade ao fato de a sigla não fazer parte da base de apoio do governo Lula. Esse afastamento do núcleo governista, segundo ele, prejudicou a arrecadação de recursos, colocando o partido em desvantagem em relação a outros, como o PSD, que possui maior proximidade com o governo e, portanto, uma maior capacidade de angariar fundos.

Outro fator complicador mencionado por Valdemar é a relutância do ex-presidente Jair Bolsonaro em solicitar doações financeiras de seus apoiadores. Ele reconheceu que a liderança de Bolsonaro é crucial para o PL, mas a postura do ex-presidente de não apelar para contribuições voluntárias tem limitado as opções de arrecadação do partido. Valdemar revelou que, embora tivesse considerado pedir a Bolsonaro que fizesse um apelo público por doações, temia que a resposta fosse insuficiente, o que poderia enfraquecer ainda mais a posição do partido. A falta de conexão do PL com o governo federal e a ausência de uma campanha ativa de arrecadação liderada por Bolsonaro criam um desafio adicional para a legenda.

Apesar das dificuldades, o presidente do PL ainda aposta na possibilidade de cobrir parte das despesas do segundo turno por meio de doações. Ele acredita que, à medida que a disputa se afunila e há menos candidatos em jogo, a captação de recursos se torna mais viável, já que os apoiadores podem concentrar suas doações nas candidaturas restantes. Valdemar está otimista de que, com a polarização natural do segundo turno, o cenário para arrecadação de fundos melhore e que seja possível minimizar o impacto financeiro nas campanhas.

O Fundo Eleitoral, turbinado pelo Congresso para esta eleição, chegou a R$ 5 bilhões, um montante distribuído entre 29 partidos registrados no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) de acordo com o desempenho eleitoral de cada legenda nas eleições gerais de 2022. O PL, partido de Bolsonaro, foi o que recebeu a maior fatia, seguido pelo PT, de Lula, que obteve R$ 620 milhões. No entanto, com a soma das cotas dos partidos que compõem a federação com o PC do B e o PV, o total destinado ao grupo do PT foi de R$ 721 milhões. O terceiro maior beneficiado foi o União Brasil, com R$ 537 milhões. Somados, os três partidos concentraram mais de 40% do total das verbas destinadas às legendas.

Enquanto o PT e outros partidos ligados ao governo federal se beneficiam de alianças políticas que facilitam o acesso a recursos adicionais, o PL enfrenta um cenário adverso. A relação de Bolsonaro com o partido é marcada por sua resistência em envolver-se diretamente em pedidos de doação, o que enfraquece a captação de recursos. No entanto, Valdemar Costa Neto continua buscando alternativas para enfrentar essa situação, apostando nas doações do segundo turno como uma solução paliativa para a crise financeira que o partido enfrenta.

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