segunda-feira, 25 de novembro de 2024

ALEPE VIVE SEMANA DECISIVA

Nos bastidores da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), a disputa pela Primeira Secretaria aquece o cenário político local, colocando dois deputados em rota de colisão: Francismar Pontes e Gustavo Gouveia. A primeira-secretaria, uma posição estratégica e de grande relevância administrativa na Alepe, é o epicentro de uma batalha que expõe divergências internas e provoca fissuras entre os aliados do presidente da Casa, Álvaro Porto (PSDB).  

Gustavo Gouveia, apontado como o favorito de Porto, conta com o apoio oficial de partidos como PSB, PT, PSDB e Solidariedade, o que teoricamente lhe dá uma base sólida para conquistar a vaga. Contudo, essa aparente coesão é desafiada pela insatisfação que cresce nos bastidores. Parlamentares de diversas legendas têm manifestado descontentamento com a postura de Gouveia, acusado de não corresponder às expectativas durante a campanha deste ano. Ele é criticado por "invadir" bases municipais de outros deputados e por manter uma presença discreta nos debates internos da Assembleia, o que gerou desconfiança entre potenciais apoiadores.  

Por outro lado, Francismar Pontes aposta na insatisfação de dissidentes para consolidar sua candidatura. Deputados ligados a ele afirmam que há movimentos internos em partidos como PSB, PT e Solidariedade que favorecem sua ascensão. Apesar de essas dissidências serem consideradas pontuais, no PSB elas ganham maior relevância, uma vez que representam uma resistência direta à orientação de Álvaro Porto. O presidente da Alepe, ciente dessa turbulência, fez recentemente uma cobrança pública aos parlamentares, enfatizando a necessidade de cumprir os compromissos assumidos. Sua declaração foi interpretada como uma tentativa de conter o avanço de Francismar e preservar a unidade em torno de Gustavo Gouveia.  

No entanto, há quem conteste a postura de Porto, apontando que a Assembleia já concedeu ao presidente uma série de benefícios estratégicos. Um deputado da base de Francismar destacou que Porto foi eleito para a presidência em três ocasiões, incluindo a mais recente, convocada após o Supremo Tribunal Federal (STF) anular uma eleição anterior. Além disso, o parlamentar argumenta que Porto teve influência na escolha das duas vagas no Tribunal de Contas e liderou as composições internas da Casa. Para esses insatisfeitos, a disputa pela Primeira Secretaria é vista como uma oportunidade de ajustar os rumos da liderança política da Alepe.  

Esse ambiente de polarização reflete um cenário de tensão crescente, onde antigos alinhamentos são questionados e novos grupos de poder emergem. A eleição, marcada para 2 de dezembro, promete ser um teste decisivo para a força política de Álvaro Porto, bem como para a habilidade de articulação de Gustavo Gouveia e Francismar Pontes. Com promessas de fidelidade sendo desafiadas por interesses divergentes, o desfecho permanece incerto, mas já deixa claro que o equilíbrio de forças na Alepe está em jogo.

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