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quarta-feira, 27 de novembro de 2024

APROVADA LEI DE LIANA QUE RECONHECE UNIÃO ESTÁVEL HOMOAFETIVA COMO ENTIDADE FAMILIAR EM HABITAÇÃO POPULAR

Aprovada Lei de Liana que reconhece união estável homoafetiva como entidade familiar em habitação popular
A Câmara Municipal do Recife viveu um dia marcante com a aprovação, em primeira votação, de um projeto que simboliza uma luta por justiça e equidade. A proposta, de autoria da vereadora Liana Cirne, reconhece a união estável homoafetiva como entidade familiar nos programas de habitação popular da capital pernambucana. A medida, que ressoa os princípios estabelecidos pelo Supremo Tribunal Federal, traz a força de uma conquista legal em meio a desafios culturais e sociais. 

Liana, que além de parlamentar é professora de direito, defendeu com vigor a iniciativa, destacando sua relevância no combate às desigualdades enfrentadas pela população LGBTQIA+. Ela lembrou que, para muitos, o preconceito e as rupturas familiares transformam a busca por um lar em um desafio ainda maior. Para a vereadora, a nova legislação é uma tentativa de equilibrar essa balança, inserindo no debate público a urgência de políticas habitacionais inclusivas e afirmativas.

A discussão não foi desprovida de tensões. A vereadora Michele Collins, representante da bancada conservadora, manifestou veementemente sua oposição, classificando o projeto como um privilégio injustificado. Liana, em resposta, reafirmou que a proposta não busca benefícios desiguais, mas sim assegurar que ninguém seja marginalizado ou excluído em razão de preconceitos enraizados. Sua fala ressoou como um chamado ao compromisso com a dignidade humana, destacando que a discriminação não deve ter espaço na construção de políticas públicas.

O placar da votação evidenciou o embate ideológico presente na Casa. Apesar das divergências, a aprovação da proposta em primeira votação foi garantida por uma maioria que inclui representantes de diferentes partidos e linhas ideológicas. Entre os votos favoráveis, destacaram-se nomes como Cida Pedrosa e Tadeu Calheiros, reafirmando a possibilidade de convergências em temas que envolvem direitos humanos e justiça social. Por outro lado, figuras como Doduel Varela e Felipe Alecrim mantiveram suas posições contrárias, consolidando a oposição conservadora.

A expectativa agora se volta para a segunda votação, marcada para o início de dezembro. O projeto precisa apenas de maioria simples para ser definitivamente aprovado. Até lá, os debates seguirão acalorados, refletindo as divisões de uma sociedade que ainda busca equilibrar tradições com a necessidade de avanços inclusivos. O impacto dessa medida, caso se torne lei, transcenderá o campo jurídico, representando um gesto de reconhecimento e acolhimento para muitas famílias que enfrentam a exclusão social e a invisibilidade.

No centro desse debate, permanece a figura de Liana Cirne, cuja atuação combina técnica jurídica com um ativismo comprometido com a transformação social. Sua proposta, além de atender a uma demanda prática, simboliza uma mensagem poderosa: a de que o Recife pode ser uma cidade onde todos tenham o direito de chamar um espaço de lar, independentemente de sua orientação sexual ou identidade de gênero.

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