Durante a reunião, os representantes do GJS apresentaram uma nova proposta, que incluiu um aumento significativo no valor a ser pago aos credores trabalhistas. Essa mudança reflete o esforço da companhia em atender melhor às necessidades desse grupo de credores, buscando uma solução mais justa para todos os envolvidos. A proposta veio após uma série de negociações que buscaram aprimorar as condições do acordo, sempre com o objetivo de preservar os direitos de todos os credores e manter a estabilidade financeira do grupo.
Vale destacar que o Grupo João Santos já havia firmado o maior acordo de transação tributária do Brasil com a Procuradoria Geral da Fazenda Nacional (PGFN), o que assegurou a quitação do FGTS para mais de 22 mil trabalhadores da empresa. Esse acordo foi um dos principais marcos do processo de recuperação, pois permitiu resolver pendências fiscais e garantir os direitos trabalhistas de uma grande parte da força de trabalho da companhia.
A nova proposta apresentada no plano de recuperação foi resultado de um intenso processo de diálogo entre a nova gestão do GJS e seus credores. Desde agosto de 2022, quando o grupo passou a ser liderado por uma nova equipe executiva, com vasta experiência no mercado, foram realizadas diversas reuniões e debates para chegar a um consenso sobre as melhores formas de reestruturação. A troca na liderança da empresa foi uma das ações estratégicas adotadas para reiniciar as operações e enfrentar a crise financeira que assolava o GJS.
A nova gestão, comprometida com a recuperação da companhia, reativou duas das unidades fabris que haviam sido desativadas devido às dificuldades financeiras do grupo. Com isso, o número de fábricas em operação subiu para quatro, com planos para expandir ainda mais no próximo ano, quando está previsto o reinício das atividades em outros dois parques industriais. Esse movimento visa a recuperação do protagonismo da companhia no setor industrial, em especial na indústria de cimento, que é um dos pilares do GJS.
O advogado Gustavo Matos, sócio do escritório Matos Advogados, que está conduzindo o processo de recuperação judicial, destacou a importância da aprovação do plano e ressaltou que a votação reflete o sucesso das negociações com os diversos agentes envolvidos no processo. Segundo ele, o resultado obtido é fruto de um trabalho conjunto, em que todos os stakeholders do GJS se mostraram dispostos a buscar uma solução que fosse benéfica para o futuro da empresa.
Por sua vez, o economista João Rogério Filho, da PPK Consultoria, que teve papel fundamental na estruturação econômica e financeira do plano de recuperação, também comemorou a aprovação. Para ele, o reperfilamento do passivo da empresa, tanto com entes públicos quanto privados, é um passo crucial para a estabilidade e o crescimento do Grupo João Santos. João Rogério enfatizou que esse novo momento é essencial para a retomada das atividades da companhia e a geração de valor para seus stakeholders.
Em um comunicado conjunto, os copresidentes do GJS, Guilherme Rocha e Nivaldo Brayner, também expressaram otimismo com a aprovação do plano. Eles destacaram que o resultado da assembleia é um reflexo da confiança renovada na gestão e na capacidade da empresa de superar os desafios que ainda existem pela frente. Ambos afirmaram que o plano de recuperação traz uma nova perspectiva para o grupo, com uma série de medidas corretivas que devem fortalecer a companhia para o futuro. A confiança renovada da liderança é um indicativo de que o Grupo João Santos está se preparando para um novo ciclo, focado em sua recuperação plena e em sua volta ao cenário de destaque no setor industrial.
Com o plano de Recuperação Judicial aprovado, o GJS segue agora com o desafio de implementar as medidas previstas e continuar seu processo de reestruturação. As expectativas são altas para que a companhia se recupere de forma sustentável, reestabelecendo sua posição no mercado e cumprindo os compromissos assumidos com seus credores, trabalhadores e demais partes envolvidas no processo.
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