A aposta de Feitosa na polarização é calculada e se apoia em uma configuração rara: a de duas vagas ao Senado. Para o deputado, essa disposição amplia o campo de ação para uma candidatura que represente a direita bolsonarista, podendo até mesmo surgir desvinculada de um projeto governamental robusto para o estado. Sem depender de alianças tradicionais ou do apoio de partidos de centro, o PL lançaria uma figura que represente exclusivamente os interesses de uma ala conservadora, atraindo um público fiel, disposto a sustentar uma candidatura independente. O cálculo político também leva em conta a fragmentação dos votos para o Senado, que pode beneficiar um candidato alinhado com a base bolsonarista, cuja consolidação, neste momento, é vista como mais coesa do que a das forças progressistas, envolvidas em disputas internas e numa luta pela atenção do eleitorado.
Nos bastidores, o projeto de Feitosa ecoa entre lideranças do PL como uma estratégia ousada e necessária, especialmente em um momento em que o partido sente a necessidade de reforçar sua presença no Senado e firmar uma representatividade consolidada no estado. Pernambuco, marcado pela diversidade de forças políticas e pelo crescimento de uma oposição progressista, se tornou um palco desafiador para o bolsonarismo. Ainda assim, Feitosa enxerga no eleitorado conservador um potencial inexplorado, capaz de surpreender em uma eleição que, segundo sua visão, permitirá ao PL converter sua militância engajada em força eleitoral expressiva.
A expectativa do deputado reflete um movimento que não se limita à atuação local, mas se alinha ao esforço nacional do PL para expandir a representatividade do bolsonarismo em diferentes frentes. Fortalecer o partido no Senado, para Feitosa, seria uma peça fundamental na estruturação de um Legislativo capaz de amplificar as pautas de direita em uma arena política em que a polarização continua sendo um fator decisivo. A aposta no eleitorado conservador pernambucano é, acima de tudo, uma tentativa de consolidar o bolsonarismo como uma força duradoura no estado, ocupando espaços que, em 2026, podem se mostrar mais acessíveis em um cenário de pulverização de votos e de embates entre projetos políticos com propostas e ambições opostas.
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