O nome de Hugo Motta parece estar mais perto do consenso do que de qualquer disputa. O parlamentar paraibano do Republicanos tem construído, nos bastidores de Brasília, uma rede de apoio que já se estende por pelo menos 355 deputados, dos mais variados espectros políticos. Se entre a base aliada e a oposição já há uma adesão expressiva, o apoio declarado de ontem, vindo do PSB, confirma a força que sua candidatura conquistou nos últimos dias. Com uma bancada de 14 deputados, o partido se junta a outros 10 que já estão no projeto de eleição de Motta, entre eles gigantes como o PL, PT, PP e MDB, mas também siglas com bases diversas, como PCdoB e PSDB, que encontraram na sua figura um ponto de confluência.
A busca por um nome que represente a unidade na Câmara parece ter encontrado em Motta uma solução prática, que se torna cada vez mais atrativa conforme outros nomes se retraem e a corrida vai tomando contornos de acerto nos bastidores. Ainda que o apoio de bancadas não assegure que os votos individuais seguirão a mesma lógica – já que o processo de escolha é secreto e pessoal – o respaldo de blocos tão distintos indica uma atmosfera de convergência.
Para conquistar a presidência da Câmara, Motta precisa de 257 votos, a maioria absoluta dos 513 deputados, um número que, apesar de expressivo, está mais próximo de se tornar realidade com o apoio de blocos diversos. A leitura política que se desenha é a de que a Casa quer um mandato de diálogo, mas também de estabilidade, refletindo a necessidade de um nome capaz de manter um mínimo de governabilidade e um trânsito fluido entre os projetos do Executivo e as demandas dos parlamentares.
Essa movimentação estratégica nos bastidores mostra o quanto a articulação política se manteve intensa, com o Republicanos e os aliados de Motta trabalhando na construção dessa maioria de forma rápida e pragmática. Em um cenário em que o Congresso busca respostas para os desafios e pressões de 2024, o que se observa é que a aposta em um nome de confiança, com experiência e alianças amplas, parece ser a solução de compromisso que muitos congressistas consideram adequada para a condução da Câmara.
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