No dia 19 de novembro, o juiz eleitoral da 58ª Zona Eleitoral, Dr. Caio Neto de Jomael Oliveira Freire, intimou o prefeito da Pedra, Junior Vaz, e seu vice, Tinan, juntamente com Neilton Oliveira, para comparecerem a uma audiência marcada para o próximo dia 2 de dezembro, às 10h, no âmbito de uma Ação de Investigação Judicial Eleitoral (AIJE). A audiência, que poderá ser realizada por videoconferência, está relacionada à investigação de abuso de poder político e econômico durante o pleito eleitoral. A ação foi movida pela coligação da Frente Popular, que acusa a chapa de Junior Vaz de envolvimento em práticas ilícitas para garantir a vitória nas urnas.
O foco principal da AIJE é a denúncia de compra de votos e abuso de poder econômico. Junior Vaz, candidato pelo Avante, é acusado de orquestrar a compra de votos no bairro do Alto da Boa Vista, uma das áreas que, segundo as acusações, foi alvo de atos ilícitos que beneficiaram a candidatura do prefeito. Um dos pontos centrais da denúncia é o depoimento do vereador Erick Tenório, que, em flagrante, teria afirmado que Junior Vaz viabilizou a construção de um poço artesiano na propriedade de eleitores como parte de um esquema de troca de favores por votos.
Além disso, a denúncia aponta que no referido bairro, Junior Vaz teria distribuído valores de até R$ 700 para eleitores em troca de apoio nas eleições. Um testemunho chave vem de uma senhora que, em depoimento, relatou ter recebido a quantia de R$ 700, além de afirmar que outras pessoas da sua rua também teriam sido contempladas com valores semelhantes. Segundo a mulher, ela aceitou o dinheiro devido à sua situação financeira precária, esperando usá-lo para ajudar no sustento de sua casa. O caso teria gerado a procura da vítima por advogados para formalizar a denúncia junto ao Ministério Público.
No âmbito de abuso de poder econômico, a coligação da Frente Popular anexou ao processo evidências que sugerem que a candidatura de Junior Vaz contou com o apoio de empresários ligados a seu grupo político, como o dono do "Posto Mergulhão", onde teriam ocorrido práticas de distribuição de combustível aos eleitores, o que configura uma grave violação das normas eleitorais. A denúncia também aponta outros 11 fatos que serão apresentados na defesa da coligação, que se diz comprometida com a lisura do pleito e busca preservar a liberdade do eleitor diante de um suposto cerceamento de sua escolha devido aos abusos cometidos por forças políticas poderosas na região.
A gravidade das acusações, se confirmadas pela Justiça Eleitoral, pode levar a severas sanções contra os investigados. Caso as provas sejam consideradas suficientes, a cassação do registro ou diploma de Junior Vaz e Tinan poderá ser decretada, além da inelegibilidade por oito anos, o que impediria a candidatura deles em futuras eleições. A decisão final sobre o caso será tomada após a análise detalhada das provas, das testemunhas e dos depoimentos que serão apresentados durante a audiência marcada para o início de dezembro.
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