NA LUPA 🔎
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Por Edney Souto
TRUMP - UM MANDATO DE PODERES ABSOLUTOS E IMPACTO GLOBAL SEM PRECEDENTES, A VOLTA AO PODER COM CONTROLE TOTAL DO GOVERNO
O retorno de Donald Trump à Casa Branca, marcado por uma vitória eleitoral contundente, colocou-o em uma posição única e poderosa. Mais do que o cargo de presidente, ele agora detém o que muitos especialistas definem como um "superpoder" sobre os três ramos do governo americano — Executivo, Legislativo e Judiciário — algo raramente alcançado na história moderna dos Estados Unidos. Durante seu primeiro mandato, Trump teve de enfrentar desafios internos e barreiras institucionais que limitaram suas ações, incluindo resistência dentro de seu próprio partido e uma oposição significativa em várias frentes. Desta vez, com uma base republicana sólida e alinhada, ele está livre para implementar sua agenda sem os obstáculos que o frustraram anteriormente.
James David Vance, seu novo vice-presidente, é uma figura leal e alinhada com sua visão. Ao contrário de Mike Pence, que em seu primeiro mandato chegou a contrariá-lo em momentos cruciais, Vance demonstra total apoio a Trump e promete não ser um empecilho para o novo governo. Essa lealdade é fundamental para os planos de Trump, que incluem a criação de uma máquina governamental alinhada aos interesses do que ele chama de "verdadeira América", livre da influência de burocratas que considera “desleais” ou contrários à sua agenda.
Legislativo: Controle Absoluto no Congresso
A vitória republicana no Senado garante a Trump uma base legislativa sem precedentes. Agora, os republicanos devem ter pelo menos 51 assentos, o que elimina a necessidade de negociar com a oposição democrata para aprovar pautas essenciais. Com a Câmara dos Deputados praticamente assegurada após uma apuração que já indicava maioria republicana, Trump possui o que pode ser chamado de "cheque em branco" para governar. Esta configuração, mais do que uma vantagem política, é uma oportunidade histórica para implementar mudanças profundas, principalmente na legislação de imigração, economia e segurança.
Diferentemente de seu primeiro mandato, onde enfrentou um Partido Republicano dividido, desta vez Trump consolidou uma base de apoio inabalável. Os congressistas republicanos agora estão alinhados a suas pautas e dispostos a dar suporte a sua agenda, que inclui cortes drásticos em programas sociais, restrições à imigração e reformas fiscais voltadas ao incentivo de grandes empresas e fortunas.
Suprema Corte: Uma Maioria Conservadora Estável e o Poder de Revisão de Precedentes
Na Suprema Corte, Trump agora conta com uma sólida maioria conservadora de 6 a 3. Em seu primeiro mandato, ele indicou três juízes que mudaram drasticamente o perfil da Corte, que antes oscilava entre posições moderadas e conservadoras. A nova configuração permite uma segurança maior para revisar decisões históricas que, para ele e seus apoiadores, são “distorções” do sistema legal americano. Um exemplo é a decisão de 1973 que garantiu o direito ao aborto — revertida após a mudança de composição da Corte.
Essa mudança no Judiciário representa uma abertura para Trump avançar sobre temas caros aos republicanos, como a proteção ao direito de porte de armas, uma maior autonomia para estados em decisões de política social e uma reinterpretação de direitos civis e trabalhistas. Kamala Harris, a candidata democrata derrotada, prometia restabelecer o direito ao aborto, mas sua derrota e a estrutura conservadora da Suprema Corte deixam essa ideia distante. Agora, direitos historicamente protegidos nos Estados Unidos enfrentam um risco considerável.
Política de Imigração: Muro e Deportações em Massa
Com o controle sobre o Congresso e a Suprema Corte, Trump se vê em posição de cumprir promessas de campanha que se tornaram sua marca registrada desde 2016. A principal delas é a construção do muro na fronteira com o México, que foi parcialmente implementado, mas nunca concluído. A agenda de imigração também inclui um programa de deportação em massa, que ele afirma ser “a maior da história dos Estados Unidos”. Trump pretende remover “todos os indivíduos ilegais” do país, uma medida que pode desencadear uma crise humanitária, além de gerar tensões diplomáticas com países vizinhos e grupos de direitos humanos.
Durante a campanha, Trump prometeu tornar a imigração mais rigorosa, revisando o processo de concessão de cidadania e endurecendo o combate ao tráfico humano e ao contrabando nas fronteiras. Essas promessas, embora polêmicas, têm grande apelo entre sua base eleitoral, que acredita que o controle de fronteiras é fundamental para a segurança nacional.
Justiça e Retaliações: A Promessa de Expurgos e Perdões
Trump declarou que irá utilizar o Departamento de Justiça como uma ferramenta contra aqueles que considera “inimigos do Estado”. Ele se referiu várias vezes durante a campanha a uma suposta “caça às bruxas” realizada contra ele e seus aliados, prometendo retaliações e expurgos de burocratas e figuras do sistema judiciário e político que, em sua visão, agiram para miná-lo. A expectativa é que seu governo conceda perdões para diversos aliados e possivelmente até para si próprio, o que seria uma medida inédita na política americana. Trump pretende “limpar” o governo de figuras que ele considera adversárias, substituindo-as por leais que compartilham sua visão.
A Resposta ao Mundo: O Isolacionismo e o Enfraquecimento de Organismos Internacionais
Na política externa, Trump deve intensificar uma postura isolacionista. Ele sempre expressou desconfiança em relação a organismos internacionais, como a ONU, e líderes estrangeiros que desafiaram seu estilo de governar, como Emmanuel Macron, da França, e Lula, do Brasil. Agora, com o poder absoluto em mãos, Trump deve redirecionar as relações diplomáticas dos Estados Unidos, retirando o apoio a iniciativas de cooperação global e voltando-se para uma política de interesses estritamente americanos.
O Brasil, sob o governo de Lula, pode sentir o impacto direto dessa postura. O apoio de Lula a Kamala Harris durante a campanha foi visto como um posicionamento claro contra Trump, o que pode prejudicar as relações bilaterais. No entanto, o maior risco para o Brasil e outros países emergentes é a valorização do dólar e o aumento dos juros americanos, o que afetaria as economias dependentes de capital estrangeiro.
Brasil: Impactos Econômicos e a Crise do Real
No Brasil, a vitória de Trump exacerbou as pressões econômicas. O fortalecimento do dólar, já impulsionado pela política monetária dos EUA, impacta diretamente o real, que enfrenta desvalorização. A equipe econômica do governo Lula enfrenta dificuldades em apresentar um pacote de cortes de gastos que satisfaça os investidores e reduza o déficit fiscal. A falta de uma política clara de controle dos gastos públicos alimenta a incerteza econômica, que é intensificada pela expectativa de uma política fiscal rígida no governo Trump.
A ausência de cortes e ajustes nas contas públicas brasileiras preocupa os investidores, que exigem juros mais altos para compensar o risco de investir em um país com fragilidade fiscal. Isso aumenta a pressão sobre o Banco Central brasileiro e encarece o custo de financiamento para empresas e consumidores, impactando diretamente o custo de vida e a inflação.
Um Novo Mandato com Poderes Sem Limites
Com um domínio inédito sobre o governo americano, Trump está posicionado para promover mudanças profundas, tanto nos Estados Unidos quanto no cenário global. A concentração de poder nos três ramos do governo permite que ele avance sua agenda com poucos ou nenhum impedimento, criando um cenário de instabilidade para opositores e uma nova era de políticas conservadoras. Para o Brasil, o impacto econômico é significativo, com o real cada vez mais pressionado e a economia brasileira vulnerável às oscilações do mercado global.
O novo mandato de Trump marca uma era de desafios complexos para a política global, com impactos diretos nas economias emergentes e no equilíbrio de forças internacionais. Ao consolidar seu poder e prometer mudanças radicais, Trump redefine o papel dos Estados Unidos no mundo e traz à tona questões sobre os limites da democracia em um cenário de poderes absolutos. É isso!
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