Com uma vitória significativa no segundo turno das eleições, Severino Ramos, ex-deputado estadual pelo PSDB, conquistou a prefeitura do município de Paulista, situado na Região Metropolitana do Recife, somando 120.228 votos, correspondentes a 73,36% do total. Ramos assumirá a gestão a partir de 2025, em uma jornada que já chama a atenção de analistas por sua expressão política e pelo papel que promete desempenhar no cenário estadual. Ao lado de Ramos, como vice-prefeito eleito, está Felipe Andrade, também do PSDB e conhecido popularmente como Felipe do Veneza, que compartilhou em entrevista as articulações e estratégias traçadas nos bastidores da campanha, assim como suas perspectivas para o futuro da gestão municipal e do estado de Pernambuco.
Aliado próximo da governadora Raquel Lyra, Felipe não hesitou em destacar a importância do apoio da chefe do Executivo estadual, que, segundo ele, foi uma peça-chave desde o início da jornada eleitoral. O vice-prefeito eleito relembrou que a aproximação começou com o convite de Lyra para que ambos ingressassem no PSDB, resultando em uma aliança que não se limitou a compromissos partidários, mas também se traduziu em ações presenciais. Raquel Lyra esteve pessoalmente em atividades de rua e em eventos de apoio ao projeto municipal, um gesto que, na visão de Felipe, transmitiu uma mensagem clara à população de Paulista: a futura gestão contará com o respaldo do governo estadual. Em suas palavras, essa sinergia com a governadora reflete a determinação em impulsionar o desenvolvimento não só de Paulista, mas de toda a Região Metropolitana e do Litoral Norte, territórios que, para ele, ainda carecem de investimentos estratégicos e de políticas públicas de longo prazo.
Felipe Andrade também relembrou as etapas que conduziram à composição da chapa ao lado de Ramos. Segundo ele, a articulação começou a se formar ainda em 2023, com diálogos e discussões orientados por um propósito comum: oferecer à população de Paulista uma alternativa viável, ancorada em um projeto sustentável. A oportunidade definitiva surgiu com a decisão do então prefeito Yves Ribeiro, do Partido dos Trabalhadores (PT), de não disputar a reeleição, abrindo caminho para que o grupo político liderado por Ramos buscasse o Executivo municipal. Para Felipe, essa mudança de cenário foi determinante para que se optasse por reeditar a aliança de 2020, na qual ambos já haviam construído uma base de apoio relevante entre os eleitores.
Apesar do apoio de Yves Ribeiro ao projeto de Ramos, a campanha de Felipe e Ramos enfrentou uma tentativa de associação direta entre a gestão do petista e o projeto liderado pelo ex-deputado estadual. O plano da oposição em “colar” a imagem de Yves em Ramos, buscando explorar a insatisfação de alguns setores com o atual governo municipal, foi enfático, mas não surtiu efeito. Felipe Andrade desconsiderou as tentativas e reforçou que o histórico de Ramos nunca incluiu apoio aos governos de Yves ou de Júnior Matuto, outro nome importante na política local, reiterando que a postura de Ramos sempre foi de oposição. O apoio de Yves, segundo ele, se inseriu em uma conjuntura política maior, de alcance estadual, que não implica em uma sucessão direta do petista. Essa diferença, acredita Felipe, foi percebida pelos eleitores, que demonstraram entendimento do contexto e resultaram em um apoio expressivo nas urnas.
A análise do vice-prefeito eleito se estende também ao panorama estadual, onde ele vê a governadora Raquel Lyra em um momento promissor. Para ele, a vitória de candidatos alinhados ao PSDB em importantes cidades do estado é um sinal de fortalecimento da base política de Lyra, criando um ambiente favorável para sua gestão e consolidando seu nome para uma eventual reeleição em 2026. Ao citar os primeiros anos da atual administração estadual, Felipe elogiou o empenho de Lyra em equilibrar as finanças públicas desde o início de seu mandato, o que, para ele, já se traduz em entregas concretas e em um ambiente de atração de novos investimentos para Pernambuco.
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