domingo, 24 de novembro de 2024

SERVIDORES DE PAULISTA MOVEM AÇÃO CONTRA OS CORTES PROMOVIDOS PELO PREFEITO YVES

O cenário político de Paulista ganha novos contornos com a polêmica em torno do Decreto nº 116/2024, assinado pelo prefeito Yves Ribeiro, que determinou cortes drásticos na folha de pagamento do município. Embora Yves não tenha disputado a reeleição, optando por apoiar Ramos em sua candidatura, a medida tem gerado forte repercussão e colocou a gestão sob escrutínio em um momento de transição administrativa. A eleição de Ramos, apadrinhado por Yves, torna ainda mais delicada a situação, pois as decisões do atual prefeito refletem diretamente no governo que está por vir.

A redução de 50% nas gratificações, as demissões de estagiários e as exonerações em massa anunciadas pelo decreto criaram um clima de indignação entre os servidores públicos, representados pelo Sindicato dos Servidores Municipais de Paulista (Sinsempa). A presidente da entidade, Jucineide Lira, classificou a medida como ilegal e uma afronta aos direitos conquistados pela categoria. Ela destacou que a supressão de vantagens viola a Lei Eleitoral nº 9.504/97, que proíbe alterações nos benefícios dos servidores nos três meses anteriores às eleições e até a posse dos eleitos.

Jucineide criticou abertamente a gestão Yves Ribeiro, apontando que o decreto desconsidera a legislação e ignora o impacto humano e financeiro sobre os trabalhadores. “Infelizmente, mais uma notícia ruim. Fomos pegos de surpresa com o decreto que faz a supressão de 50% nas gratificações. Esse direito foi garantido através de Lei. Como é que a Prefeitura faz um decreto para derrubar a lei? Essas gratificações foram constituídas. Agora, no final do governo, eles querem dar esse presente de grego para os servidores, mas estamos atentos e vamos, sempre que necessário, bater as portas do Judiciário para garantir o direito dos servidores públicos municipais em Paulista”, afirmou.

Enquanto o Sinsempa se organiza para contestar a medida na Justiça, o futuro governo de Ramos já enfrenta questionamentos sobre como lidará com os desdobramentos do decreto e se haverá continuidade nas decisões tomadas pela atual administração. A postura de Yves, que tem seu legado político diretamente ligado ao apoio ao novo prefeito, pode criar desafios para a relação de Ramos com os servidores municipais, que já demonstraram descontentamento.

O desfecho dessa controvérsia será crucial para definir os rumos do governo que se inicia e para a reconstrução da relação entre a administração pública e os servidores. A transição entre as gestões Yves e Ramos continua, portanto, sob uma nuvem de incertezas e disputas jurídicas que podem moldar o início do novo mandato.

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