A redução de 50% nas gratificações, as demissões de estagiários e as exonerações em massa anunciadas pelo decreto criaram um clima de indignação entre os servidores públicos, representados pelo Sindicato dos Servidores Municipais de Paulista (Sinsempa). A presidente da entidade, Jucineide Lira, classificou a medida como ilegal e uma afronta aos direitos conquistados pela categoria. Ela destacou que a supressão de vantagens viola a Lei Eleitoral nº 9.504/97, que proíbe alterações nos benefícios dos servidores nos três meses anteriores às eleições e até a posse dos eleitos.
Jucineide criticou abertamente a gestão Yves Ribeiro, apontando que o decreto desconsidera a legislação e ignora o impacto humano e financeiro sobre os trabalhadores. “Infelizmente, mais uma notícia ruim. Fomos pegos de surpresa com o decreto que faz a supressão de 50% nas gratificações. Esse direito foi garantido através de Lei. Como é que a Prefeitura faz um decreto para derrubar a lei? Essas gratificações foram constituídas. Agora, no final do governo, eles querem dar esse presente de grego para os servidores, mas estamos atentos e vamos, sempre que necessário, bater as portas do Judiciário para garantir o direito dos servidores públicos municipais em Paulista”, afirmou.
Enquanto o Sinsempa se organiza para contestar a medida na Justiça, o futuro governo de Ramos já enfrenta questionamentos sobre como lidará com os desdobramentos do decreto e se haverá continuidade nas decisões tomadas pela atual administração. A postura de Yves, que tem seu legado político diretamente ligado ao apoio ao novo prefeito, pode criar desafios para a relação de Ramos com os servidores municipais, que já demonstraram descontentamento.
O desfecho dessa controvérsia será crucial para definir os rumos do governo que se inicia e para a reconstrução da relação entre a administração pública e os servidores. A transição entre as gestões Yves e Ramos continua, portanto, sob uma nuvem de incertezas e disputas jurídicas que podem moldar o início do novo mandato.
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