A VEREADORA PROGRAMADA PARA SER PREFEITA

Em Goiana, na Zona da Mata de Pernambuco, o cenário político passa por uma reviravolta após o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidir pela anulação da eleição do prefeito Eduardo Honório (UB). A medida baseia-se no entendimento dos ministros de que Honório já exerceu dois mandatos consecutivos, sendo assim inelegível para um novo período à frente do Executivo municipal. Honório foi eleito vice-prefeito em 2016, compondo a chapa de Oswaldo Rabelo, e assumiu o comando do município no ano seguinte, quando Rabelo afastou-se do cargo por motivos de saúde. Em 2020, candidatou-se à Prefeitura, obtendo vitória nas urnas, e em 2024 foi reeleito com expressivos 78% dos votos. Contudo, o TSE determinou que sua eleição contraria as regras de alternância de poder.

Com a decisão, Goiana terá que realizar uma eleição suplementar para escolher o novo chefe do Executivo. A data do pleito, ainda incerta, depende de deliberações do próprio TSE, com projeções variando entre 45 dias e até quatro meses após a posse do presidente da Câmara de Vereadores, que assumirá interinamente a Prefeitura. Este presidente será definido em 1º de janeiro, durante a eleição para a nova Mesa Diretora da Câmara Municipal. A expectativa é que Paula Brito (PP), vereadora de confiança de Honório e integrante de seu grupo político, seja eleita para o cargo. A manobra pode torná-la a prefeita interina do município e, automaticamente, a principal candidata do grupo governista na eleição suplementar.

Enquanto o governo articula para manter o controle da Prefeitura, a oposição avalia estratégias para enfrentar o grupo de Honório. Dividida no pleito de outubro, há especulações sobre uma possível unificação em torno de uma candidatura forte que possa romper a hegemonia do atual gestor e seus aliados. O cenário político local, já intenso, promete acirrar-se ainda mais nos próximos meses, com articulações e debates envolvendo lideranças de diferentes espectros políticos em busca de consolidar o futuro de Goiana.