BRAGA NETTO PASSA POR AUDIÊNCIA DE CUSTÓDIA E É MANTIDO PRESO

O general Walter Braga Netto teve sua prisão preventiva mantida pelo juiz Rafael Henrique Janela Tamai Rocha, que atua como auxiliar no gabinete do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal. A decisão ocorreu após audiência de custódia realizada na tarde deste sábado, 14, por videoconferência, procedimento que avalia a legalidade da prisão e as condições do cumprimento do mandado.  

Braga Netto permanecerá detido no Comando da 1.ª Divisão do Exército, localizada na Vila Militar de Deodoro, no Rio de Janeiro. A medida preventiva não tem prazo determinado para sua conclusão. De acordo com a Polícia Federal, a prisão foi motivada por suspeitas de obstrução de investigação, incluindo tentativas de obter informações sigilosas sobre a delação do tenente-coronel Mauro Cid e o suposto alinhamento de versões com outros envolvidos.  

O procurador-geral da República, Paulo Gonet, se posicionou favoravelmente à manutenção da prisão, argumentando que a liberdade do general representaria um “risco concreto” ao andamento do inquérito. A decisão também estabelece restrições, como a proibição de visitas sem autorização expressa do STF, incluindo familiares, com exceção dos advogados devidamente inscritos nos autos do processo.  

Braga Netto está entre os 40 indiciados pela Polícia Federal sob acusações de golpe de Estado, organização criminosa e tentativa de abolição violenta do Estado de Direito. O relatório do inquérito aponta o general como figura central em um plano que, segundo as investigações, visava subverter a ordem democrática no país. Ele foi mencionado 98 vezes no documento que detalha as ações ligadas ao caso.  

Até o momento, a defesa do general não se pronunciou oficialmente sobre a decisão judicial, enquanto os desdobramentos seguem acompanhados de perto pelos órgãos responsáveis e pela sociedade.