terça-feira, 31 de dezembro de 2024

DISPUTA INTERNA DO PT EM PERNAMBUCO PODE O TORNAR NANICO, O RACHA SÓ CRESCE

O Partido dos Trabalhadores em Pernambuco vive um momento de turbulência que ultrapassa os bastidores e ganha as ruas e redes sociais. No Recife, o cenário de divergências internas, tradicionalmente restrito ao campo das ideias e disputas de tendências, agora se escancara por meio de notas públicas e declarações polêmicas que revelam o agravamento do racha interno. A unidade que já foi uma das marcas do PT parece cada vez mais ameaçada, enquanto vozes se levantam em lados opostos dentro da legenda.

As críticas recentes feitas pelo deputado estadual João Paulo Lima ao prefeito João Campos, aliado estratégico do PSB, expuseram ainda mais as fissuras do partido. O contra-ataque veio rápido, com Cirilo Mota, presidente municipal do PT no Recife, defendendo publicamente a aliança com o gestor socialista. Essa troca de farpas se soma a uma longa lista de atritos que há anos consomem a energia do partido, desviando o foco de sua reconstrução política e eleitoral.

Desde que deixou de governar a capital em 2012, o PT vem enfrentando um processo de perda de protagonismo em Pernambuco. A aliança com o PSB, que em outros tempos parecia estratégica, transformou os petistas em coadjuvantes na cena política local. Essa posição secundária tem sido motivo de tensão crescente entre as lideranças e as bases, que se dividem entre aqueles que defendem uma postura mais independente e os que acreditam que a aliança ainda é o melhor caminho para manter alguma relevância.

Os desentendimentos, no entanto, não se restringem à capital. Em diversas regiões do estado, o partido vive disputas internas que enfraquecem suas candidaturas e dificultam a construção de um projeto político coeso. Enquanto a legenda se fragmenta, outros partidos ocupam espaços antes dominados pelo PT, colocando em xeque sua capacidade de retomar a força de outrora.

O cenário atual levanta dúvidas sobre o futuro do PT em Pernambuco. A ausência de uma estratégia unificada, aliada à exposição pública de suas divisões, coloca em risco o papel do partido como protagonista da política local. Para muitos, o temor é de que a legenda, que já foi uma das mais influentes do estado, se torne irrelevante diante do avanço de outros atores políticos e da incapacidade de resolver seus próprios conflitos.

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